Antinocicepção induzida pelos braços abertos do labirinto em cruz elevado em camundongos: avaliação da possível modulação pelos antidepressivos fluoxetina, sertralina e imipramina

Resumo

Alguns distúrbios de ansiedade e depressão no homem são acompanhados por relatos de dor intensa sem, contudo apresentarem localização precisa ou lesões aparentes. A dor pode ser definida como sendo uma experiência emocional e sensorial desagradável, sendo o aspecto sensorial associado ao processo de transmissão do impulso doloroso, denominado nocicepção, e o aspecto emocional relacionado às respostas comportamentais à dor, podendo alterar o equilíbrio psicológico do indivíduo. Neste sentido, alguns autores têm demonstrado que situações de medo podem inibir a resposta de dor, ou seja, produzir antinocicepção. Pesquisas envolvendo dor e ansiedade, nesse campo, frequentemente empregam modelos animais como instrumentos para a seleção de potenciais agentes terapêuticos e investigações acerca da neurobiologia das emoções. Como exemplo, o labirinto em cruz elevado (LCE), que se baseia na aversão natural dos roedores a espaços abertos, é utilizado como modelo de ansiedade, sendo útil na avaliação do potencial ansiolítico e ansiogênico de drogas. O confinamento de camundongos no braço aberto (BA) do LCE produz antinocicepção. Antidepressivos foram considerados como uma droga analgésica devido à sua ação nos circuitos neuronais da regulação da emoção, um componente essencial da dor. Os antidepressivos tricíclicos, como a imipramina, possuem eficácia comprovada nesse sentido, por meio da inibição da recaptação da noradrenalina e da serotonina. Também, os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), são empregados no tratamento da dor, como alternativa para aqueles pacientes que não podem utilizar ou são mais sensíveis aos tricíclicos. Assim, este estudo tem por objetivo avaliar o efeito do tratamento com sertralina, fluoxetina e imipramina sobre a antinocicepção induzida em camundongos pela exposição ao BA do LCE. (AU)