Prospecção de regiões cromossômicas, genes e SNP relacionados à marcha Batida e análise genômica da estrutura populacional em cavalos da raça brasileira Mangalarga Marchador

Resumo

O DMRT3 tem sido descrito como o principal gene a atuar na determinação do fenótipo da marcha em diversas raças equinas. O alelo A do SNP 22999655C>A do DMRT3 foi apontado como responsável por essa característica. Na raça brasileira Mangalarga Marchador, a qual apresenta dois padrões de marcha com características bem definidas, os genótipos AA e CA foram associados à marcha Picada e o genótipo CC à marcha Batida. Dessa forma, nesta raça o alelo A da marcha foi somente relacionado a um tipo de marcha, a Picada. Em estudo de associação ampla do genoma (GWAS) caso-controle recentemente conduzido na FMVZ, Botucatu-SP e FCAV, Jaboticabal-SP (Unesp), com o Equine SNP70 BeadChip (Illumina, Inc., EUA) na raça Mangalarga Marchador, foi possível demonstrar que ao contrário do que ocorre com a marcha Picada, a marcha Batida parece ser controlada por número maior de genes. Entretanto, devido ao pequeno número de animais (n= 48: n= 28 - marcha Batida; n= 20 - marcha Picada) e a baixa densidade do chip (65.157 SNP) utilizados nessa pesquisa, não foi possível identificar regiões genômicas significativamente associadas à marcha Batida. Com base no exposto, o objetivo inicial desta pesquisa será realizar, a partir de amostra maior de animais e de arranjo de maior densidade, a prospecção de regiões genômicas que contenham possíveis genes e SNP responsáveis pelo fenótipo da marcha Batida na raça Mangalarga Marchador. Como objetivo complementar será analisado o desequilíbrio de ligação (DL) e a partir deste o tamanho efetivo e a ocorrência de assinaturas de seleção recente na raça Mangalarga Marchador. Para atingir os objetivos, serão genotipados com o Axiom Equine Genotyping Array (670.796 SNP: Affymetrix, EUA), 192 equinos (96 marcha Batida e 96 marcha Picada) registrados pelo Serviço de Registro Genealógico da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM). Dessa forma, após a realização de processo de imputação entre os genótipos dos animais analisados com os diferentes chips, os estudos populacionais e o GWAS Bayesiano (BayesB) serão conduzidos com 240 animais, sendo 124 de marcha Batida e 116 de marcha Picada. As amostras de sangue dos animais serão coletadas durante a Exposição Nacional da raça, a realizar-se em junho de 2017 na cidade de Belo Horizonte-MG. A presença de irmãos completos será evitada na amostra. (AU)