Mobilização contra o Zika

Pesquisadores de São Paulo apoiados pela FAPESP procuram formas rápidas de identificar e diagnosticar o vírus Zika (foto: Léo Ramos/Pesquisa FAPESP)

A partir de dezembro de 2015, à medida que o surto de vírus Zika se intensificava no país, pesquisadores no Estado de São Paulo se mobilizaram e obtiveram apoio da FAPESP para intensificar a produção e difusão do conhecimento científico sobre o tema e, desse modo, contribuir para amenizar esse grave problema de saúde pública.

Em vista da gravidade da situação, que exigia medidas urgentes, a FAPESP aprovou em poucos dias a liberação de recursos adicionais (cerca de R$ 500 mil) para 12 projetos de pesquisa, cujos coordenadores se comprometiam a redirecionar parte de suas atividades à busca de soluções para os problemas relacionados ao surto do vírus Zika.

A FAPESP também apoiou o trabalho da Rede de Pesquisa sobre Zika Vírus em São Paulo, formada principalmente por pesquisadores do Estado de São Paulo. Os estudos contavam com a estrutura da Rede de Diversidade Genética de Vírus (VGDN), estabelecida em 2000, e laboratórios com nível de biossegurança 3 (NB3+) para pesquisa com vírus, ambos construídos com o apoio da FAPESP.

Em fevereiro de 2016, uma equipe da Fundação Pró-Sangue/Hemocentro de São Paulo, instituição ligada à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), apresentou um método para detectar o vírus Zika no sangue usado em transfusões, desenvolvido no âmbito de um projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP.

A FAPESP e o Medical Research Council (MRC), do Reino Unido, anunciaram uma chamada de projetos de pesquisa – no âmbito do recém-anunciado Global Challenges Research Fund – para promover a busca de abordagens novas e oportunas sobre a natureza do risco promovido pelo vírus Zika, ou, que levem a caminhos potenciais para prevenção e tratamento.

Em outra parceria institucional, a FAPESP e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)lançaram uma chamada de propostas e destinaram R$ 10 milhões para incentivar microempresas, pequenas empresas, médias empresas brasileiras, sediadas no Estado de São Paulo, a desenvolverem tecnologias para produtos, serviços e processos para o combate ao vírus Zika e ao mosquito Aedes aegypti.

Ainda em fevereiro, a FAPESP e o National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, divulgaram conjuntamente editais para apoiar pesquisas em áreas de interesse mútuo, incluindo estudos sobre o Zika.

Em março a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)apresentou a Biblioteca Digital Zika para apoiar a Rede Zika e oferecer informações de acesso aberto ao público geral.

Em abril, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) e da Unicamp apresentaram os chamados organoides cerebrais ou minicérebros – estruturas tridimensionais milimétricas criadas em laboratório a partir de células-tronco pluripotentes induzidas – para entender a relação entre a infecção pelo vírus Zika e o desenvolvimento de microcefalia.

Também em abril de 2016, um dispositivo capaz de liberar automaticamente quantidades suficientes de larvicida para manter caixas d’água livres de larvas de mosquito por até um ano foi premiado em um concurso de inovação realizado nos Estados Unidos, e a FAPESP e o Medical Research Council, por meio de uma iniciativa de resposta rápida para financiar pesquisas sobre o vírus Zika publicada em fevereiro, anunciaram o projeto selecionado (Universidade de São Paulo e Imperial College London), cujo propósito é mapear a resposta imunológica humana contra o vírus Zika.

Em maio de 2016, um trabalho da Rede Zika publicado na Naturereforçou a hipótese de que a infecção pelo vírus Zika durante a gestação pode causar má-formação cerebral congênita.

Em janeiro de 2017 a FAPESP e a Finep anunciaram os 6 projetos selecionados para desenvolvimento de tecnologias para produtos, serviços e processos para o combate ao vírus Zika e ao mosquito Aedes aegypti.

Para mais informações, consulte os projeto concluídos ou em andamento sobre Zika e outros vírus transmitidos pelo Aedes aegypti na Biblioteca Virtual da FAPESP.

Veja também:

Zika e o papel da pesquisa científica, artigo de José Goldemberg e Carlos Henrique de Brito Cruz publicado no Estado de São Paulo em 21 de março de 2016.

Especial vírus Zika, programa Pesquisa Brasil, Rádio USP, 6 de maio de 2016, com o médico e bioquímico Walter Colli, coordenador da área de Ciências da Vida da Diretoria Científica da FAPESP e um dos coordenadores da Rede de Pesquisa sobre o Zika Vírus

Reportagens e Depoimentos em Vídeo

Vírus zika combate tumores cerebrais avançados em cachorros (4min56s), 11 de março de 2020

Novo teste para Zika chega ao mercado (1min13s), 29 de novembro de 2019

A Ciência no Combate à Dengue, Zika e Chikungunya (6min49s), 28 de novembro de 2017

Estudo da Rede Zika revela taxa de mutação alta e risco de surgir novos sorotipos do vírus (7min34s), 4 de setembro de 2017

Novas estratégias para controle da transmissão de arboviroses como dengue e zika (3min58s), 29 de junho de 2017

Escola São Paulo de Ciência Avançada em Arbovirologia (8min14s), 13 de jun de 2017

Aedes Aegypti: interação entre genoma e microbioma define se inseto é suscetível ao vírus da dengue (3min59s), 29 de junho de 2017

Biolarvicida obtido do bagaço da cana mata larvas de Aedes aegypti em 24 horas (3min48s), 8 de agosto de 2016

Nature: Vacina contra Zika é possível (4min15s), 28 de junho de 2016

Paulo Zanotto (USP), sobre as prioridades da Rede Zika (9min43s)12 de fevereiro de 2016

Carlos Henrique de Brito Cruz, sobre as ações da FAPESP no enfrentamento ao surto de Zika (4min40s), 11 de fevereiro de 2016