“Foi um ano bastante difícil para a consecução dos objetivos da FAPESP, em virtude do montante recebido do Estado ter correspondido a apenas 0,23% dos impostos efetivamente arrecadados no exercício de 1980”, relataram o diretor-presidente, João Alberto Meyer, o diretor científico, Ruy Carlos de Camargo Vieira, e o diretor administrativo, Rubens Guedes Jordão, na síntese inicial do Relatório das Atividades 1980.
Eles prosseguem:
“Por outro lado, as pressões resultantes dessa situação conjuntural tiveram o mérito de mover poderes públicos no sentido de estudar com empenho a atualização do cálculo do orçamento da FAPESP, o que constitui, sem dúvida, a grande esperança para o atendimento das expectativas depositadas pela comunidade científica do Estado na continuidade da atuação da FAPESP como uma efetiva agência de amparo à pesquisa em nosso meio.”
A despeito das dificuldades, a FAPESP fechou o ano dentro da previsão orçamentária, “acrescida de uma suplementação, concedida pelo Governodo Estado, de apenas 6,3% do valor original do orçamento”.
Em 1980 a FAPESP aprovou 521 dos 781 auxílios solicitados e 979 das 1.250 bolsas solicitadas.
O relatório observou:
“Enquanto não se eliminar a defasagem no cálculo do orçamento da FAPESP, torna-se praticamente impossível atender a solicitações que visem a implantação de novas linhas de pesquisa, passando-se a atuar quase que somente na forma de pequenas complementações a pesquisas conduzidas por pessoas que já desfrutem de razoável infraestrutura disponível”.
Os entraves financeiros motivaram também a imposição de critérios mais exigentes para a concessão de bolsas e auxílios para o exterior, que apresentavam o maior custo médio entre as modalidades de bolsas concedidas pela FAPESP.