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Micropartículas no soro: estudo de possíveis novos biomarcadores de instabilidade da placa

Processo: 17/21263-0
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Vigência: 01 de agosto de 2018 - 31 de julho de 2020
Área do conhecimento:Ciências da Saúde - Medicina - Anatomia Patológica e Patologia Clínica
Pesquisador responsável:Maria de Lourdes Higuchi
Beneficiário:Maria de Lourdes Higuchi
Instituição Sede: Instituto do Coração Professor Euryclides de Jesus Zerbini (INCOR). Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP). Secretaria da Saúde (São Paulo - Estado). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Inflamação  Aterosclerose  Biomarcadores  Doenças cardiovasculares  Micropartículas  Soro 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:aterosclerose | Biomarcador | Doença Cardiovascular | Exossomos protetores | Inflamação | Micropartículas | Patologia das doenças cardiovasculares

Resumo

A aterosclerose é uma doença inflamatória sistêmica que pode levar a infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral e isquemia. O microambiente em uma placa aterosclerótica contém citocinas pró-inflamatórias, altos níveis de lipoproteínas de baixa densidade oxidadas (LDLox) e espécies reativas de oxigênio (ROS). Há deposição de colágeno que circunscrevem o ateroma pela cápsula fibrosa, estabilizandoseu crescimento. Várias linhas de pesquisa têm sugerido que a sua instabilidade e agravamento ocorrem por estímulos de agentes infecciosos. Estudos em placas ateroscleróticas humanas demonstram a presença de intensa infecção por agentes microbianos como Mycoplasma pneumoniae (M.pneumoniae), onde lipopolissacarídeos e proteínas seriam liberados, estimulando a produção de mediadores pró-inflamatórios. Quando expostos a situações estressantes, estes microorganismos são capazes de liberar micropartículas (MPs,vesículas de 100nm a 1µm de diâmetro) contendo proteínas e genes como resposta, permitindo sua adaptação a vários ambientes. A literatura vem apontando MPs como tendo papel importante na disfunção endotelial e produção de radicais livres. Participam da comunicação intracelular e em diferentes processos patológicos (incluindo resposta inflamatória), podendo ser biomarcadores de eventos agudos. Previamente descrevemos exossomos (microvesículas menores que 100nm) e MPs em placas de ateromas e no soro de pacientes ateroscleróticos contendo DNA de arqueia, sugerindo uma possível etiologia infecciosa. Arquéias são microorganismos primitivos com capacidade de oxidação, podendo colaborar na inflamação, fragmentação do colágeno e instabilização da placa. Muitos trabalhos descrevem genes tipo arqueia em patógenos persistentes, o que poderia explicar a grande quantidade de M. pneumoniae no interior das placas vulneráveis. Exossomos estão descritos em doenças cardiovasculares, atuando como organelas de sinalização intercelular envolvidas em vários processos fisiológicos e patológicos. Recentemente obtivemos resultados promissores examinando grupos de 10 amostras de soros, como subprojeto referente aos estudos longitudinais clínicos ELSA (The Brazilian Longitudinal Study of Adult Health) e ERICO (Strategyof Registry of Acute Coronary Syndrome). Para esta primeira fase recebemos auxílio financeiro do CNPq Chamada Universal (processo 471854/2013), onde foram analisados soros de três grupos: pacientes ateroscleróticos que tiveram IAM fatal (morreram dentro de um período de 30 dias pós evento), IAM não-fatal e pacientes ateroscleróticos estáveis. No soro de pacientes que evoluíram com IAM fatal foram encontrados maior número de MPs com DNA de arquéia e de antígenos M.pneumoniae, MMP9 e LDLox livres e no interior de exosomos. No soro de pacientes que tiveram IAM não-fatal e os sem infarto foram encontrados número de exossomos significativamente aumentados. A grande quantidade de exossomos parece ter um papel de remoção de lipoproteínas oxidadas e degradação de colagenases do sangue circulante, sendo protetores de instabilidade da placa. Os principais biomarcadores estudados focam a quantificação de inflamação, porém a resposta imune é inespecífica e até o momento todos esses indicadores não alcançam a sensibilidade/especificidade para que possam ter aplicação clínica. As modalidades de imagem concentraram-se nas características da placa vulnerável, mas tornou-se evidente que nem todas as placas vulneráveis levam à ruptura e à trombose subseqüente, o que limita o seu valor preditivo para pacientes em risco. Agora pretendemos aumentar a casuística (N=40/grupo) utilizando os soros já estocados no HU, identificando de maneira rápida e pouco invasiva possíveis biomarcadores de pacientes em risco para eventos agudos isquêmicos, pela realização das técnicas de citometria de fluxo (DNA arqueia), Western blot (LDLox, M. pneumoniae e MMP-9), zimografia(MMP-9) e microscopia eletrônica de transmissão para confirmação da morfologia. (AU)

Matéria(s) publicada(s) na Agência FAPESP sobre o auxílio:
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