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Por um cinema popular: Leon Hirszman, política e resistência

Processo: 17/06421-9
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Vigência: 01 de dezembro de 2018 - 30 de novembro de 2019
Área do conhecimento:Ciências Sociais Aplicadas - Comunicação - Comunicação Visual
Pesquisador responsável:Eduardo Victorio Morettin
Beneficiário:Eduardo Victorio Morettin
Instituição Sede: Escola de Comunicações e Artes (ECA). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Artes  Cinema  Cinema novo  Teatro  Sindicalismo  Política  Brasil  Livros  Publicações de divulgação científica 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Arte | Cinema e Teatro no Brasil | Cinema Novo | Leon Hirszman | Novo sindicalismo dos anos 1970 | política e representação histórica | regime militar brasileiro | Cinema

Resumo

O objetivo central deste livro é estudar o percurso artístico e intelectual de Leon Hirszman a partir dos filmes Que país é este? (1976-77), ABC da greve (1979-90) e Eles não usam black-tie (1981). Discutindo as relações entre cinema e história, a pesquisa se concentra nas práticas culturais, estéticas e ideológicas do realizador, procurando analisar as interpretações que ele mobilizou em torno do Brasil durante a vigência do regime militar. A despeito de Hirszman ter consolidado a sua trajetória como integrante do Cinema Novo, questão que percorre as páginas desta publicação, propõe-se também uma aproximação entre a sua obra e o projeto dramatúrgico construído por autores oriundos do Teatro de Arena. Na década de 1970, face à crise que se instalou no campo cultural da esquerda, em especial o colapso da crença revolucionária anterior a 1964 e o refluxo da leitura do povo como vanguarda heroica para uma transformação do mundo, o cineasta se aproximaria do revisionismo artístico proposto, principalmente, por Gianfrancesco Guarnieri, Paulo Pontes e Vianinha. Mantendo em seus filmes uma abordagem politizada da classe popular, sem abdicar da figura do intelectual como mediador de denúncias contra a ditadura, o diretor se voltaria para uma produção em sintonia com o viés comunista de engajamento, em diálogo com a tradição do realismo crítico e disposta a elaborar narrativas e registros documentais em confronto ao autoritarismo dos militares. Nesse sentido, mesmo sem partilhar do ideário do novo sindicalismo surgido sobretudo entre os metalúrgicos da cidade paulista de São Bernardo do Campo, Hirszman deslocaria a figura do operário para o centro do processo criativo de ABC da greve e de Black-tie, representando-o em uma chave próxima à resistência articulada pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), na qual o trabalhador seria visto como parte de uma ampla frente organizada para superar a ditadura e atuar em prol da redemocratização. Uma obra realizada com o intuito de responder aos dilemas sociais de seu contexto histórico, a propor uma abordagem particular sobre a classe popular e a militância antiautoritária, a partir de leituras e experiências estéticas construídas em meio aos impasses que percorreram a esquerda política e cultural na segunda metade dos anos 1970. O livro é resultado de uma pesquisa de doutorado desenvolvida entre 2010 e 2014 na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP, tese que foi agraciada com três premiações: menções honrosas no Prêmio Capes de Tese (2015), no Prêmio Compós de Teses Eduardo Peñuela (2015) e no 5º Prêmio Tese Destaque USP (2016). (AU)

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