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Amor em tempos de aplicativos masculinidades heterossexuais e a negociações de afetos na nova economia do desejo

Processo: 18/21563-7
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Vigência: 01 de dezembro de 2018 - 30 de novembro de 2019
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Antropologia - Antropologia Urbana
Pesquisador responsável:Larissa Maués Pelúcio Silva
Beneficiário:Larissa Maués Pelúcio Silva
Instituição Sede: Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Bauru. Bauru , SP, Brasil
Assunto(s):Mídia digital  Gêneros (grupos sociais)  Sexualidade  Desejo  Masculinidade  Livros  Publicações de divulgação científica 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:amor neoliberal | Gênero | masculinidades contemporâneas | Mídias digitais | nova economia do desejo | Sexualidade | Gênero, Sexualidade e Estudos Feministas

Resumo

Este livro trata de explorar os desdobramentos de etnografia realizada em meios digitais com homens que procuravam encontros sexuais e afetivos fora do casamento, utilizando-se para tal de sites especializados que prometiam "sigilo" e "segurança", além de "aventura" e "emoção". Naquela pesquisa, concentrei-me no site canadense Ashley Madison. Tratava-se de pesquisa que buscava pensar as conjugalidades contemporâneas, mas que derivou em discussões sobre sexualidade e desejos, às quais se somaram às negociações no campo das relações de gênero, as quais se davam em cenário marcado pela incitação à aventura e ao consumo de emoções, levando-me a prestar atenção à constituição das masculinidades contemporâneas frente a estas demandas. A esta nova chave de entrada, somou-se o alargamento do uso de aplicativos para smartphones como recurso de inserção no competitivo mercado dos afetos. Busquei, então, na presente pesquisa compreender como homens adultos, que se entendem como heterossexuais, pertencentes à classe média e média baixa, têm negociado sexo e amor com suas potenciais parceiras e lidado com as relações de gênero que atravessam esses contatos no presente e como, nessas intermediações digitais performam, atualizam e tencionam modelos de masculinidades. Assim, o principal objetivo desta tese foi compreender como esses recursos comunicacionais têm incidido na forma desses homens, nascidos entre 1955 e 1985, compreenderem e atualizam a própria masculinidade, regidos pela lógica do consumo romântico, na esfera do capitalismo afetivo, quando são incitados a mobilizar formas de se relacionar específicas, nem sempre coerentes com aquelas que aprenderam nos meios analógicos. Entre os achados deste trabalho está a confirmação de teses que mostraram a transposição, para o campo dos afetos, de vocabulário emprestado do mundo do trabalho precarizado e do consumo intensificado. A utopia romântica do par heterossexual confronta-se com a incitação à busca perpétua pela "melhor opção", sustentada pela ideia de abundância que os aplicativos móveis insinuam, bem como pela mecânica do descarte que possibilita que a procura seja, além de ansiosa, lúdica. As referências do amor romântico parecem pouco eficientes para se construir relações prazerosas em tempos de capitalismo afetivo. No trabalho imersivo concentrei o campo etnográfico em três aplicativos para relacionamentos (Adote um Cara, happn e Tinder), por meio dos quais foi possível mapear os percursos do que chamo aqui de "nova economia do desejo" que sustenta o amor neoliberal. O pessoal e o político se interseccionam nesse percurso, de forma que foi preciso considerar transformações macrossociais a fim de perceber como estas têm incidido nas vidas singulares de meus interlocutores. Procuro cotejar, portanto, o intimo e pessoal ao cenário político e social brasileiro deste século, quando assistimos à politização de temas como gênero e sexualidade. Metodologicamente, associei à etnografia on-line/off-line análises sobre a emergência de uma nova ética emocional, dialogando com os estudos de gênero e sexualidade, teorias feminista e estudos de masculinidades, priorizando perspectivas pós-estruturalistas. (AU)

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