Resumo
As endotoxinas, mesmo na atualidade, representam uma grande preocupação, principalmente, no que tange os medicamentos parenterais, devido a capacidade que possuem de causar efeitos biológicos intensos tanto em seres humanos como em animais. O teste de pirogênio (in vivo) é amplamente utilizado na análise de medicamentos parenterais para fins de liberação do produto em sua forma final para consumo. Contudo, para sua execução faz-se necessário o uso de coelhos, o que é um assunto extremamente controverso nos dias de hoje devido aos princípios dos 3Rs (substituição, redução e refinamento), uma tendência mundial, que defende a redução do uso de animais e o desenvolvimento de testes in vitro que os substituam. O ensaio de endotoxinas bacterianas (in vitro) pode, em alguns casos, substituir o teste de pirogênios e, embora esteja bem consolidado, pode apresentar problemas no que tange a baixa recuperação de endotoxinas, bem como sofrer interferência de alguns componentes, o que provocaria a obtenção de resultados falso-negativos ou falso-positivos, comprometendo fortemente a segurança dos pacientes que utilizam tais medicamentos parenterais. Vale ressaltar que para a fabricação do reagente LAL são empregados caranguejos, cuja população vem decaindo, o que ressalta ainda mais a importância de métodos alternativos sensíveis e eficazes com aplicabilidade na rotina laboratorial. Em virtude do exposto, esse trabalho tem como objetivos principais o desenvolvimento e a validação de métodos alternativos destinados à determinação de endotoxinas bacterianas, com resolução de fluorescência utilizando fator C recombinante, aplicados a medicamentos parenterais de pequeno volume (soros hiperimunes) e de grande volume (solução fisiológica 0,9%) visando, respectivamente, a redução do uso de animais em ensaios de controle de qualidade, bem como a disponibilização de método alternativo para detecção de pequenas quantidades de endotoxinas, com vistas a segurança de pacientes em geral. (AU)