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Início de diálise peritoneal planejado e não planejado: aspectos clínicos e nutricionais

Resumo

Os pacientes com doença renal crônica (DRC) que passam da fase não dialítica para o início de diálise, são submetidos a estresses metabólicos e hemodinâmicos. Também há o hipercatabolismo relacionado ao tratamento dialítico, inflamação, aumento do estresse oxidativo, sobrecarga hídrica, perda de nutrientes e proteínas no dialisato, uremia com consequente redução do apetite, acidose com possibilidade de degradação da massa muscular, entre outros. Assim, estes pacientes são vulneráveis e possuem risco aumentado de wasting energético-protéico. Além disso, a DRC também pode ter um impacto negativo na capacidade funcional dos pacientes, prejudicando o desenvolvimento de atividades básicas, além de lazer, trabalho e convívio social, deteriorando a qualidade de vida. Portanto, faz se necessário interpretar os aspectos relacionados à composição corporal, capacidade funcional e ingestão alimentar dos pacientes que estão iniciando a DP de modo planejado ou não planejado e avaliar se há diferenças nos aspectos nutricionais desses dois grupos, observando as estratégias progressivamente implementadas e as diferenças nos aspectos clínicos e nutricionais, auxiliando na adequação metabólica e dialítica. Trata-se de um estudo tipo coorte prospectivo, no qual serão estudados os pacientes com DRC selecionados para tratamento de DP, seja a TRS com início não planejado com até 72h após o implante do cateter peritoneal, ou planejada, com acompanhamento pré-dialítico prévio de 90 dias ou mais, acompanhados pelo serviço de Diálise do Hospital da Clinicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB). Serão excluídos pacientes acamados, em uso de marcapasso, amputados e os que apresentarem limitações físicas permanentes que impossibilitem adequada avaliação nutricional e funcional. Também serão excluídos os pacientes em estágio final de doença hepática, cardiopatias graves, neoplasias malignas, doença pulmonar obstrutiva crônica e pacientes em uso de glicocorticoides. Os pacientes que atendam os critérios serão convidados a participar do estudo após a passagem de cateter de DP. Aos que aceitarem participar, serão oferecidas as informações necessárias e agendada a data na qual serão coletados os dados clínicos (idade, gênero, tempo de diálise, presença de comorbidades associadas, doença de base, modalidade da DP, tipo de transporte da membrana peritoneal, realização de atividade física), antropométricos (peso, estatura, cálculo do índice de massa corporal, circunferência da cintura, circunferência da panturrilha, circunferência do braço, dobra cutânea do tríceps e cálculo da circunferência muscular do braço) e será realizada a bioimpedância (uni e multifrequencial), avaliação da força de preensão manual, capacidade funcional e coleta de exames laboratoriais (interleucina 6 (IL-6) e fator de necrose tumoral (TNF-alfa), bem como para dosagem de leptina e pró-hormônio do peptídeo natriurético do tipo B (pró-BNP), que estão relacionados ao apetite e a insuficiência ventricular esquerda e sobrecarga de volume, respectivamente). A primeira avaliação será feita em até trinta dias após início da DP (T0), a segunda após seis meses (T1) e a terceira após 12 meses (T2). No T1 será aplicado protocolo para avaliar apenas a composição corporal. Os desfechos clínicos, como internações, infecções relacionadas ou não a DP, falência da técnica de diálise e óbito serão identificados desde o momento da inclusão até doze meses após. (AU)

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