Adaptação e verificação da eficácia de um programa de promoção de saúde mental e resiliência em crianças afetadas pelo COVID-19

• Processo: 20/06073-3
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular
• Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2020
• Data de Término da vigência: 31 de outubro de 2023
• Área do conhecimento: Ciências Humanas - Psicologia - Tratamento e Prevenção Psicológica
• Pesquisador responsável: Alex Sandro Gomes Pessoa
• Beneficiário: Alex Sandro Gomes Pessoa
• Instituição Sede: Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
• Pesquisadores associados: André Vilela Komatsu ; Lília Iêda Chaves Cavalcante ; Luísa Fernanda Habigzang ; Milene Maria Xavier Veloso ; Normanda Araujo de Morais ; Silvia Renata Magalhães Lordello Borba Santos
• Assunto(s): Psicologia da criança Saúde mental Crianças Pandemias COVID-19 SARS-CoV-2 Infecções por Coronavirus Resiliência psicológica Intervenção psicológica
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Covid-19 | crianças | intervenção psicossocial | resiliência | Saúde Mental | Intervenção psicossocial com crianças

Resumo

As pandemias, de maneira geral, comprometem o sistema psicológico e o comportamento das pessoas, na medida em que alteram a rotina, geram insegurança e expõem a população a realidades calamitosas. Em muitos casos, este contexto adverso pode desencadear quadros sindrômicos decorrentes do pós-calamidade. Pode-se dizer que as crianças compõem um grupo de risco não só por estarem expostas ao vírus, mas por vivenciarem níveis de estresse, ansiedade e tensão diante da catástrofe que as atingiu. As reações das crianças às pandemias dependem de vários fatores, o que inclui a maneira com que estavam lidando com os desafios do dia-a-dia antes do desastre; quão grave o desastre foi e quanto impactou as suas vidas; se perderam as pessoas que amavam; se foram separadas dos pais ou de outros cuidadores; e o tipo de sistemas de apoio que dispõem após o desastre. Compreender as situações que produziram a pandemia, ampliar a rede de apoio afetivo-social e fortalecer os vínculos familiares e comunitários são estratégias capazes de favorecer os processos resiliência das crianças, uma vez que podem implicar na construção de recursos sociais e psicológicos que as ajudem no enfrentamento dos infortúnios gerados. Partindo destas considerações, este projeto de pesquisa tem como objetivo adaptar e verificar a eficácia de um programa de intervenção psicossocial direcionado a crianças que vivenciaram experiências adversas em decorrência da pandemia do COVID-19. Trata-se de uma investigação do tipo pesquisa-intervenção, realizada a partir de um recorte transversal e que empregará as abordagens quantitativas e qualitativas para avaliar a eficácia de um programa de intervenção psicossocial desenvolvido pela Save the Children da Dinamarca. O programa, composto por 15 sessões, será testado em um grupo de aproximadamente 100 crianças (subdivididas, a posteriori, em Grupo Experimental - GEx - e Grupo Espera - GEs). Os participantes serão provenientes de 5 (cidades) brasileiras: São Carlos (SP); Fortaleza (CE); Belém (PA); Brasília (DF); Porto Alegre (RS). Para verificação da eficácia da intervenção, serão empregados instrumentos quantitativos e qualitativos: i) Children's Depression Inventory - CDI; ii) Escala de Stress Infantil - ESI; iii) Escala de Afetos Positivos e Negativos; iv) Child and Youth Resilience Measure (CYRM) - Child Version; v) Mapa dos Cinco Campos (MCC); vi) Diários de campo. Após o procedimento de tradução dos manuais do programa (por intermédio da back-translation), será realizado o pré-teste, condução da intervenção, pós-teste e follow-up com ambos os grupos. Tem-se como hipótese que os participantes apresentarão melhoras estatisticamente significativas em termos dos indicadores de saúde mental avaliados e dos processos de resiliência após o engajamento na intervenção. Caso os resultados obtidos estejam em consonância com as hipóteses levantadas, os pesquisadores organizarão o material que será divulgado entre profissionais que atuam no campo de promoção de intervenções psicossociais, de modo que o programa possa ser replicado em outros contextos após o período da pandemia do COVID-19. (AU)