Auxílio à pesquisa 20/10570-2 - Grupos étnicos, Identidade étnica - BV FAPESP
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Migrações internacionais no interior paulista: contextos, trajetórias e associativismo (1880-1950)

Processo: 20/10570-2
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Data de Início da vigência: 01 de outubro de 2020
Data de Término da vigência: 30 de setembro de 2021
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Sociologia - Outras Sociologias Específicas
Pesquisador responsável:Oswaldo Mario Serra Truzzi
Beneficiário:Oswaldo Mario Serra Truzzi
Instituição Sede: Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
Assunto(s):Grupos étnicos  Identidade étnica  Política de migração  Imigração  Associativismo  Publicações de divulgação científica  Livros  Migração humana 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Grupos Etnicos | identidade étnica | Interior Paulista | Migrações Internacionais | mobilidade socioeconômica | Sociologia das Migrações

Resumo

Dos quase 4 milhões de imigrantes estrangeiros que chegaram ao Brasil entre 1882 e 1934, mais de 61% se instalaram no estado de São Paulo. A maioria dirigiu-se para o interior, carreados para as lavouras cafeeiras. De fato, o censo de 1920 apurou que dos mais de 800 mil estrangeiros no estado, três em cada quatro eram domiciliados fora da capital. É assim surpreendente a escassa produção acadêmica que discuta os determinantes da mobilidade socioeconômica (e geográfica) entre tais grupos de imigrantes no contexto específico do interior paulista, considerando características dos grupos, épocas de chegada, implantação no meio urbano ou rural. A presente coletânea é um dos frutos do projeto "Percursos histórico-sociais na incorporação de imigrantes estrangeiros no oeste paulista (1880-1950)", financiado pela FAPESP (proc. 2015/20577-6).Reconhecendo que: 1) a experiência dos imigrantes na capital esteve longe de abarcar as categorias de ambientes nos quais os imigrantes viveram e trabalharam no estado como um todo e em particular no chamado oeste paulista; 2) mesmo o oeste paulista está longe de ser homogêneo, ao abranger realidades distintas em termos de: 1. eixos ferroviários de expansão; 2. portes de cidades; 3. grupos chegando em épocas diferenciadas e 4. Implantando-se em regiões muito distintas; formulamos uma questão básica: Como se configuraram histórica e socialmente os processos de incorporação de cada grupo, entre o último quartil do século XIX e os anos de 1950 no oeste paulista? A obra se estrutura em três partes distintas, sendo que a primeira, Contextos, examina processos mais gerais que presidiram a incorporação de distintos grupos de imigrantes no oeste paulista. Os capítulos desta seção abordam: a lógica de implantação territorial dos imigrantes no estado, a capacidade dos municípios de atraí-los, a frustrada tentativa de se implantar uma hospedaria de imigrantes em Campinas, a passagem de um inspetor espanhol de imigração pelo Brasil, a relação entre imigração e construção da "branquitude", e o protagonismo das mulheres na busca por melhores condições de vida, para si e para suas famílias. Em seguida, a segunda parte, Grupos Étnicos, busca aprofundar aspectos da experiência de cada grupo. Compõem-na três artigos sobre os poucos estudados espanhóis, um sobre os nada estudados bessarábios, outro acerca da pioneira inserção de japoneses e descendentes em cargos políticos no interior, outro que discute a difícil construção de uma identidade étnica entre italianos, outro sobre as trajetórias relativamente bem-sucedidas de sírios e libaneses, e um último que focaliza italianos, espanhóis e árabes em São José do Rio Preto, polo de uma das mais expressivas regiões do oeste paulista. A última parte, Associativismo étnico, focaliza os impasses e os desafios relacionados a tal característica da sociabilidade dos imigrantes, por meio da análise dos casos do Circolo Italiani Uniti e da Beneficência Portuguesa, de Campinas, bem como o da Sociedade Dante Alighieri de São Carlos. Em seu conjunto, a obra aponta que a extensa gama de possibilidades de inserção de cada grupo étnico dependeu de fatores de natureza diversa, como a época da chegada, os capitais culturais e econômicos trazidos por cada grupo, a região de implantação, as oportunidades oferecidas nos meios urbano e rural, as conjunturas políticas enfrentadas nos países de origem e no destino final. Ao se distanciar de um modelo único válido para quaisquer grupos, períodos e regiões do estado, tal perspectiva enriquece a compreensão acerca de nossa formação social, em particular aquela vivificada pelo braço imigrante no vasto oeste paulista, e que emprestou uma singularidade decisiva ao estado no contexto nacional. O público-alvo é diversificado, pois o conteúdo interessa a pesquisadores da área e também a estratos de origem imigrante, amiúde interessados em reconhecer as condições e peripécias por que passaram seus antepassados. (AU)

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