Auxílio à pesquisa 22/08859-0 - Immanuel Kant, Crítica (filosofia) - BV FAPESP
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O vocabulário embriológico de Kant: literalidade, metaforismo e transcriação

Processo: 22/08859-0
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - História da Filosofia
Pesquisador responsável:Ubirajara Rancan de Azevedo Marques
Beneficiário:Ubirajara Rancan de Azevedo Marques
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Marília. Marília , SP, Brasil
Assunto(s):Immanuel Kant  Crítica (filosofia)  Biologia  Vocabulário  Metamorfismo 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Biologia | Kant | Metaforismo biológico | Organismo | Vocabulário biológico | Filosofia Crítica Kantiana

Resumo

A partir de um inventário e de uma classificação do léxico embriológico empregado por Kant em seus escritos-léxico por vezes dotado de novos sentidos que lhe confere o filósofo-, o presente estudo objetiva analisar os principais conceitos detectados em tal âmbito, não só por meio de uma leitura imanente dos escritos kantianos, mas também à luz de fontes documentais filosóficas e científicas anteriores e contemporâneas à produção do filósofo. Não havendo em tais escritos uma transplantação de significados dos termos de tal léxico, da embriologia para a filosofia, mas tão só de expressões, não se trata de um vocabulário embriológico "em" Kant, mas sim do uso que dele faz o filósofo. Kant não só confere uma nova significação a certos conceitos da futura biologia do desenvolvimento, mas sobretudo os insere num novo arco referencial. Com isso, as modalidades de emprego de tal vocabulário pelo filósofo abrangem a literalidade dos mesmos, um seu emprego metafórico e um emprego propriamente transcriativo deles, correspondente ao domínio da filosofia crítica, no qual, por exemplo, "pré-formaçào genérica" e "disposição" passam a ter um alcance não simplesmente maior, mas muito mais complexo do que o que tinham no campo embriológico.Nesse percurso, serão destacados [1] componentes vinculados a análises de caráter antropológico-embriológico [encontradas, em particular, em opúsculos dos anos 70 e 80], bem como, particularmente, elementos constantes da argumentação em torno da teleologia do ser organizado [presentes, sobretudo, na segunda parte da terceira Crítica], [2] analogias e metáforas embriológicas-cunhadas, sobremaneira, em contexto especulativo-dispersas em boa parte dos escritos kantianos [mormente nas Reflexionen e Vorlesungsnachschriften], e, não menos importante, [3] conceitos que, não se situando em âmbito doutrinal de natureza filosófico-embriológica, nem formando analogias ou metáforas de tal jaez, constituem parte nuclear de estruturas argumentativas próprias, assim testemunhando o disseminado emprego, pela filosofia transcendental, de uma terminologia sempre identificada como de origem biológica [muito em especial, nesse caso, na Ideia de uma História Universal em Prospetiva Cosmopolita, mas também na KrV, na Religionsschrift e ainda no Über Pädagogik ]. Mostrar-se-á que parte de tal nomenclatura, formulisticamente associada ao glossário preformista, não corresponde no filósofo à adoção do preformismo tout court [ou pré-formação individual], mas nele condiz com sua defesa de uma pré-formação genérica, a qual, a propósito, será confrontada com posições similares já então sustentadas por, entre outros, Johann Nikolaus Tetens e Johann Georg Sulzer. (AU)

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