Auxílio à pesquisa 23/07767-7 - Filosofia da arte, Arte moderna - BV FAPESP
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Rastros do mundo: experiência e repetição em Samuel Beckett

Processo: 23/07767-7
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Data de Início da vigência: 01 de outubro de 2023
Data de Término da vigência: 30 de setembro de 2024
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia
Pesquisador responsável:Lucianno Ferreira Gatti
Beneficiário:Lucianno Ferreira Gatti
Instituição Sede: Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Guarulhos. Guarulhos , SP, Brasil
Assunto(s):Filosofia da arte  Arte moderna  Teoria crítica  Experiências  Samuel Beckett 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:arte moderna | Experiência | Samuel Beckett | Teoria Crítica | Estética e Filosofia da Arte

Resumo

O livro propõe um estudo de amplo escopo dos diversos meios artísticos com os quais Samuel Beckett lidou (prosa, teatro, televisão e rádio). O objetivo é evidenciar como o emprego de procedimentos repetitivos em tais meios artísticos serve à configuração de uma concepção de experiência que perpassa o conjunto da obra do escritor e dramaturgo. Nesse sentido, o livro busca igualmente atualizar, à luz de seu trabalho, um diagnóstico da crise da experiência desenvolvido pelos autores da tradição da Teoria Crítica, em particular Theodor W. Adorno e Walter Benjamin. O livro está em dividido em sete capítulos. Os dois primeiros dedicam-se aos romances de Beckett, acompanhando as transformações da posição do narrador e suas consequências para o gênero do romance, desde sua configuração paródica em Murphy, próxima de James Joyce, passando pelo serialismo de Watt, até a extrema redução temática e formal promovida por O Inominável, romance que fecha sua trilogia do pós-guerra com a erosão de todas as convenções da literatura realista. Os dois capítulos seguintes expõem a versão teatral desse processo, com o enfrentamento da crise do drama em Fim de partida e o desenvolvimento de uma prática de encenação que lhe permite responder de maneira original às questões levantadas pelo debate teatral do século XX, de Adorno e Peter Szondi a Christoph Menke e Hans-Thies Lehmann. Peças tardias, por sua vez, como Não eu, Aquela vez, Passos e Balanço, de dimensão mais reduzida e concentrada, expõem os recursos técnicos desenvolvidos por Beckett para sondar a identidade cindida de suas personagens dramáticas. A tendência de Beckett para a concepção integral da cena, fruto de uma busca por controle máximo e redução extrema dos dispositivos de encenação, é explorada a seguir em dois capítulos sobre as peças televisivas, de Eh Joe e Trio-Fantasma a & só as nuvens e Noite e sonhos. Sua atenção à especifidade do meio, para além das convenções que predominavam na televisão da época, resulta não apenas em novos dispositivos para apresentar e desdobrar suas antigas questões, mas também no desenvolvimento de um novo modo de produção artístico. O emprego de procedimentos repetitivos e seriais em Quadrat I+II e O que onde enseja, por sua vez, um exercício de aproximação entre a obra de Beckett e trabalhos de artistas visuais associados ao minimalismo estadunidense e à sua imediata posteridade, tais como Robert Morris, Sol Lewitt e Bruce Nauman, que também se valeram de serialismos para reformular o meio com que trabalhavam. Fechando o ciclo, o estudo retorna à prosa no sétimo e último capítulo, destacando dois momentos da escrita tardia de Beckett, Ping e Companhia, para mostrar como o encaminhando final dado por ele aos impasses narrativos de O Inominável valeram-se de seu trabalho com a cena teatral e televisiva. (AU)

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