Gênese e distribuição espacial das turfeiras do baixo Rio Ribeira do Iguape (SP) e seu potencial na emissão de gases de efeito estufa e como sumidouro de C

• Processo: 23/04708-0
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular
• Vigência: 01 de setembro de 2023 - 31 de agosto de 2025
• Área do conhecimento: Ciências Agrárias - Agronomia - Ciência do Solo
• Pesquisador responsável: Pablo Vidal Torrado
• Beneficiário: Pablo Vidal Torrado
• Instituição Sede: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ). Universidade de São Paulo (USP). Piracicaba , SP, Brasil
• Pesquisadores associados: Alexandre Christofaro Silva ; Fabrício da Silva Terra ; Ingrid Horák Terra ; Judith Schellekens ; Marcia Regina Calegari ; Paulo Guilherme Molin ; Plínio Barbosa de Camargo
• Auxílios(s) vinculado(s): 24/02144-4 - Reconstituição paleoambiental de turfeiras holocênicas do baixo rio Ribeira do Iguape - SP, AP.R
• Assunto(s): Pedologia Organossolos Metanogênese Gases do efeito estufa Emissão de gases Carbono Turfeiras Zonas úmidas Rio Ribeira de Iguape Mata Atlântica
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: áreas úmidas | Mata Atlântica | Metanogênese | organossolos | Paludização | reconstituição paleoambiental | Pedologia

Resumo

Turfeiras são ecossistemas úmidos constituídos por organossolos e que correspondem a apenas 3% da superfície terrestre, mas armazenam um terço do carbono de todos os solos. Globalmente, os Organossolos são importantes drenos de carbono formados ao longo do Holoceno e Pleistoceno Tardio. No baixo rio Ribeira do Iguape, os organossolos ocupam cerca de 70.000 Ha, uma das maiores áreas de ocorrência desses solos no continente sulamericano. Distribuidos em diferentes fitofisionomias do bioma Mata Atlântica, esses solos ocorrem ora em ambiente estuarino-fluvial ora em ambiente fluvial-continental. O estudo detalhado dessas turfeiras é praticamente inexistente, em que pese toda a importância dos serviços ecossistêmicos que as turfeiras oferecem e de sua fragilidade ambiental. Em recente estudo piloto realizado no Parque Estadual Campina do Encantado (PECE), no municipio de Pariquera-Açu (SP) (FAPESP 2019/26235-0), esta equipe de pesquisa desenvolveu e aplicou protocolos de amostragem, caracterização e mapeamento dos solos orgânicos para diferentes tipos de estudos: reconstituição paleoambiental, medição de gases de efeito estufa (GEE), química molecular da matéria orgânica e de microganismos envolvidos na produção dos GEE. Com a experiência adquirida é proposto neste projeto fazer o mapeamento das turfeiras do baixo rio Ribeira do Iguape, estabelecer sua real distribuição espacial e investigar seus modelos de evolução. Produtos de sensoriamento remoto orbital e aéreo, serão utilizados de maneira integrada para identificação, mapeamento e quantificação das turfeiras. Faixas representativas que representem as diferentes fitofisionomias de Floresta Paludosa serão escolhidas para amostragens de alta resolução. Nessas faixas serão feitos os estudos de emissão e formação de GEE e os de reconstitutição paleoambiental. Organossolos são excelentes arquivos ambientais e climáticos. As histórias das turfeiras do baixo rio Ribeira de Iguape bem como a do clima local-regional e até mesmo global, serão reconstituídas cruzando as informações moleculares da MO com os dados palinológicos e os isotópicos de C e N. Espera-se aumentar a compreensão sobre a formação e a degradação de turfeiras tropicais em ambientes próximos ao nível do mar, seu potencial como sumidouro de C bem como seu papel no cenário atual de mudanças climáticas. (AU)