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Senhor da morte: capitalismo, guerra e tráfico de escravos. Portugal, Angola e Brasil (1640-1771)

Processo: 23/06479-8
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Vigência: 01 de agosto de 2023 - 30 de novembro de 2024
Área do conhecimento:Ciências Humanas - História - História Moderna e Contemporânea
Pesquisador responsável:Maximiliano Mac Menz
Beneficiário:Maximiliano Mac Menz
Instituição Sede: Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Guarulhos. Guarulhos , SP, Brasil
Assunto(s):História econômica  Tráfico de escravos  Capitalismo  Mercantilismo  Guerra  Angola  Portugal  Brasil  Publicações de divulgação científica  Livros 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Angola | capitalismo | Fiscalidade | Guerra | Mercantilismo | Tráfico de escravos | História Econômica

Resumo

O livro "Senhor da Morte" é uma história do tráfico de escravos em Angola que se inicia no contexto da Restauração Portuguesa, quando a independência de Portugal pôs fim à União Ibérica, e estende-se até o ano de 1771, no período das reformas pombalinas. É um trabalho que procura mostrar como o capitalismo - com os seus processos correlatos de expansão mercantil, violência militar e escravização de pessoas - articulou Portugal, Angola e Brasil, constituindo-se num dos esteios da primeira globalização. Sua grande "novidade" é retornar ao problema da relação entre capitalismo e escravidão para pensar o tráfico de escravos português. Enquanto a maior parte dos estudos produzidos nos últimos 30 anos esteve preocupada principalmente com as relações entre a África e a América Portuguesa, o "Senhor dos mortos" retorna ao tema do capitalismo e procura mostrar as articulações do comércio dos seres humanos com Portugal e a Europa. O livro divide-se em sete capítulos. O primeiro chama-se "Guerra e Capitalismo na formação do Reino de Angola" e nele narro o processo de consolidação da conquista de Angola, no contexto de disputa com os holandeses. Nessa parte do texto, procuro mostrar a abertura e a formação dos mercados de escravos nas zonas imediatas à Luanda. No segundo capítulo, "Sob a sombra do asiento": contrato e contratadores depois de 1640", discuto a economia do contrato de Angola e dos contratadores, principalmente no período em que esteve sob o controle de alguns mercadores de Luanda. Também abordo as múltiplas tentativas em vários níveis para se retomar o comércio de escravos com as Índias de Castela. No terceiro capítulo, "O negócio dos governadores", reconstituo a organização do tráfico dos capitães generais, argumentando que o governo acabava funcionando como uma instituição que congregava capitais de diferentes partes do Império. Nesse sentido, estudo as formas pelas quais eles obtinham crédito, suas relações com o comércio sertanejo e as suas ligações com o Loango, Benguela, Brasil e as Índias. O quarto capítulo, "Capital Guerra e Crédito na nova conjuntura do tráfico (c. 1670-1740)", centra-se sobre as transformações na organização do contrato de Angola, na esteira do recrudescimento da competição pelo comércio internacional de escravos. A pressão sobre o resgate português na Costa da Mina levou a Coroa a patrocinar vários experimentos no comércio de escravizados com o suporte de capitais ingleses. A reforma no contrato de Angola e a injeção de crédito europeu produziu a abertura do comércio direto em Benguela e um aprofundamento da fronteira de escravização ao sul do rio Kwanza. O quinto capítulo, "Armadores, financistas e homens do mar: a estrutura do tráfico a partir de Lisboa (1720-1770)", inicia com uma análise quantitativa da participação da capital nas importações de Angola. Também investiga as formas de financiamento e a armação de navios, reconstituindo a microeconomia do tráfico e identifica os investidores no comércio entre Portugal, Angola e Brasil, montando perfis e trajetórias. O sexto capítulo, "Do mar ao mato: a organização do contrato de Angola e o comércio sertanejo (1720-1770)", foca na atuação do assento em Luanda durante o século XVIII. Estuda-se a evolução das várias cláusulas do arrendamento e a maneira pela qual os contratadores buscavam aferir ganhos com a exploração dos direitos reais. Além disso, abordo o seu papel no fornecimento de créditos, no comércio de mercadorias e de seres humanos e no transporte de escravizados. Por último, no capítulo "Tempo das Reformas: O comércio livre e o fim do contrato de Angola", (1758-1780) pretendo discutir o impacto das reformas que culminaram com a extinção do contrato em 1770. Ademais, procuro deslindar a atuação das companhias pombalinas em Angola e a sua relação com a comunidade traficante. Como epílogo a esse capítulo, exploro a política metropolitana para o tráfico e a evolução do comércio lisboeta com a África Centro Ocidental. (AU)

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