Auxílio à pesquisa 23/12044-4 - Botânica, Cerrado - BV FAPESP
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NARRATIVAS SOBRE A BIODIVERSIDADE: as vozes e os olhares de quilombos da Mata Atlântica e do Cerrado sobre a diversidade de plantas e sua conservação, em coprodução

Processo: 23/12044-4
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Programa BIOTA - Regular
Data de Início da vigência: 01 de junho de 2024
Data de Término da vigência: 31 de maio de 2027
Área do conhecimento:Interdisciplinar
Pesquisador responsável:Paulo Takeo Sano
Beneficiário:Paulo Takeo Sano
Instituição Sede: Instituto de Biociências (IB). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Pesquisadores associados:Guilherme Moura Fagundes ; Marcelo Tadeu Motokane ; Rebeca Verônica Ribeiro Viana
Assunto(s):Botânica  Cerrado  Mata Atlântica  Quilombos 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Botânica | cerrado | coprodução do conhecimento | Mata Atlântica | Quilombos | sóciobiodiversidade | Botânica, Educação em Biodiversidade, Coprodução do conhecimento

Resumo

A atualização da pesquisa e educação em biodiversidade requer o desenvolvimento de ferramentas e abordagens teórico-metodológicas que rompam com as dualidades entre questões associadas à degradação da biodiversidade e à justiça social. O Brasil, pela sua megadiversidade biológica e de populações tradicionais e especial protagonismo na produção de dados relacionados à biodiversidade tem peculiar relevância nesse contexto. No mais, contribuições das epistemologias quilombolas e indígenas brasileiras, assim como trabalhos inseridos dentro do escopo teórico da decolonialidade têm apontado para a necessária renovação das práticas de pesquisa ambiental - incluindo a pesquisa e educação em biodiversidade - para que não continuem a ser dispositivos replicadores dos lastros ambientais e sociais da colonialidade. O presente projeto insere-se no âmbito da chamada FAPESP BIOTA-Transformação (2023) e terá como objetivo principal visibilizar as perspectivas quilombolas em relação à crise ambiental evidenciando o papel da biodiversidade local, em especial a diversidade vegetal, e de sua conservação para processos de construção de identidades, memórias, pertencimento e projeções de futuros, por meio da co-construção de narrativas e as perspectivas de futuro que revelam sobre a Mata Atlântica e sobre o Cerrado, em quilombos do Vale do Ribeira (SP), do Jalapão (TO) e da Serra do Espinhaço (MG). A escolha dos locais de trabalho recaem sobre parcerias previamente estabelecidas, em especial com as escolas quilombolas. Pretende-se mediar a construção de narrativas sobre a biodiversidade dos biomas Mata Atlântica e Cerrado, por meio de processos de coprodução de conhecimento, em uma perspectiva dialógica e desenvolver ferramentas metodológicas inovadoras que sejam significativas para a multiplicidade de atores envolvidos que fomentem a capacitação para a atuação transdisciplinar. Pretende-se disseminar os produtos de divulgação dos resultados da pesquisa (em múltiplas linguagens), com especial avaliação de suas contribuições para a esfera das comunidades locais, para a esfera acadêmica (pesquisadores atuantes e em formação) e para os ambientes escolares, quilombolas e urbanos. A abordagem metodológica terá como base conceitos relacionados à pesquisa qualitativa, em especial a Teoria Fundamentada em Dados, e às abordagens transdisciplinares para produção de dados e disseminação dos resultados tais quais fotovoz e autoetnografias. As ferramentas para a produção de dados encontram-se no escopo de metodologias participativas e criativas cujos dados obtidos serão triangulados com dados oriundos da aplicação de questionários, entrevistas semi-estruturadas, anotações, e diários de campo para a análise dos dados. Por fim, pretende-se desenvolver ferramentas de produção de dados e disseminação dos resultados com forte apelo visual e o desenvolvimento de uma ferramenta de pesquisa participativa em botânica, chamada herbariumvoice no qual as comunidades realizarão um registro da diversidade local, confeccionando herbários, cuja seleção, registro, e armazenamento de plantas combinado com narrativas sobre sua importância para a cultura, ancestralidade e história local, evidenciando a riqueza da sociobiodiversidade. No mais, como característica intrínseca da coprodução, todas as etapas da pesquisa serão integralmente compartilhadas e decididas por todos os participantes, (formulação de perguntas, escolha de ferramentas de pesquisa, produção e análise dos dados, disseminação dos resultados e decisões éticas). Para além desses resultados coletivos, pretendemos um diálogo amplo com a comunidade científica, de maneira a disseminar os resultados e as metodologias implantadas. Pretende-se, por fim, expandir os conhecimento e as perspectivas de pesquisa-educação em biodiversidade, visando a construção de mundos mais justos, diversos e sustentáveis, por meio da construção de narrativas e de perspectivas de futuro sobre a Mata Atlântica e o Cerrado. (AU)

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