Poéticas interespécies: biointerfaces inteligentes para redes não humanas.

• Processo: 23/10966-1
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular
• Data de Início da vigência: 01 de julho de 2024
• Data de Término da vigência: 30 de junho de 2026
• Área do conhecimento: Linguística, Letras e Artes - Artes - Artes Plásticas
• Pesquisador responsável: Cesar Augusto Baio Santos
• Beneficiário: Cesar Augusto Baio Santos
• Instituição Sede: Instituto de Artes (IA). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Pesquisadores associados: Lucy Hermes Griesbach Solomon
• Assunto(s): Bioarte Processo criativo
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Arte e inteligência artificial | Bioarte | processo de criação | arte e ciência

Resumo

Este projeto tem o objetivo de consolidar uma poética interespécies por meio da instauração de duas obras que proporcionam experienciar de maneira sensível a presença, o encontro e a comunicação com espécies radicalmente diferentes da humana. A poética aqui proposta se estabelece a partir de uma rede sensível entre fungos, IA e seres humanos, visando disparar questões e gerar novos entendimentos sobre o reconhecimento existencial (o respeito à vida e aos modos de inteligência) de formas de vida radicalmente diferentes da humana. A pesquisa está situada no campo da arte, mas estabelece interfaces com as áreas de computação, biologia e sociologia. O projeto envolve uma pesquisa bibliográfica fundamental orientada por áreas como: a crítica ao antropocentrismo moderno, tal como estabelecida por autores Donna Haraway, Eduardo Kohn, Anna Tsing e Viveiros de Castro; a filosofia das mídias tecnológicas, a partir das leituras de filósofos e teóricos como Vilém Flusser, Arlindo Machado, Gilbert Simondon; o campo da arte contemporânea, a partir de referências de artistas como Eduardo Kac, Guto Nobrega e Natalie Jeremijenko. O projeto busca consolidar uma pesquisa poética que está em curso nos últimos anos por meio de práticas experimentais no campo da arte biohíbrida - na qual as obras integram sistemas computacionais e organismos vivos. Serão realizados experimentos artísticos que exploram a potência poética das redes de comunicação interespécies, capazes de integrar entidades humanas e não humanas, e organismos vivos e sintéticos. Dentre os desafios do projeto está a criação de interfaces entre microrganismos vivos (micélio) e computadores, baseadas em redes de aprendizado treinadas com dados da sinalização elétrica de microrganismos vivos. Propondo a criação de experiências poéticas que possam inserir o sujeito em uma rede de comunicação entre seres humanos e não humanos, esta pesquisa busca reimaginar as relações entre homem, técnica e natureza de uma perspectiva não antropocêntrica e repensar o papel da arte como produtora de futuros possíveis diante da crise climática. Como resultado, espera-se: a) a consolidação de colaborações existentes com a California State University San Marcos, e o estabelecimento de novas colaborações dentro e fora da Unicamp, que vão do Instituto de Biologia à University of California Irvine; b) a oferta de disciplinas relacionadas ao tema em cursos de graduação e pós-graduação do Instituto de Artes; c) a criação de duas obras de arte originais; e) a publicação de um livro, de artigos e a participação em eventos acadêmicos e artísticos; f) a melhoria das condições de pesquisa no campo da arte biohíbrida na Unicamp, a partir do fortalecimento do ACTlab - Laboratório de Arte, Ciência, Tecnologia e Mídias Emergentes do Instituto de Artes. (AU)