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Desvendando os padrões e mecanismos da memória ambiental em um coral endêmico brasileiro, Mussismilia hispida

Processo: 24/02182-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Vigência: 01 de julho de 2024 - 30 de junho de 2026
Área do conhecimento:Ciências Biológicas - Ecologia
Convênio/Acordo: CNPq
Pesquisador responsável:Ronaldo Bastos Francini Filho
Beneficiário:Ronaldo Bastos Francini Filho
Instituição Sede: Centro de Biologia Marinha (CEBIMAR). Universidade de São Paulo (USP). São Sebastião , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:23/03107-2 - Trade-offs ecofisiológicos de corais vivendo em refúgios climáticos, AP.R
Bolsa(s) vinculada(s):24/14780-2 - Desvendando os padrões e mecanismos da memória ambiental em um coral endêmico brasileiro, Mussismilia hispida, BP.JD
Assunto(s):Branqueamento  Mudança climática  Ecologia marinha 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Branqueamento | Memória Ambiental | Mudanças Climáticas | Mussismilia hipida | Resiliência em corais | Ecologia Marinha

Resumo

Atualmente, as mudanças climáticas representam a principal ameaça à saúde e sobrevivência dos recifes de coral. Temperaturas elevadas por períodos prolongados, juntamente com radiação solar intensa, causam estresse oxidativo e desencadeiam eventos de branqueamento em massa, i.e. o colapso na relação simbiótica entre o coral hospedeiro e seus endossimbiontes fotossintéticos. Com o aumento na frequência e intensidade de ondas de calor marinhas, os eventos de branqueamento e mortalidade em massa de corais tornam-se cada vez mais frequentes e severos. No entanto, evidências de redução na incidência e/ou gravidade do branqueamento após ondas de calor marinhas recorrentes, destacam o aumento na resiliência adquirida pelos corais através de exposições anteriores ao estresse térmico. Esse fenômeno pode ser atribuído à memória ambiental, mecanismo que permite aos organismos apresentarem uma resposta modificada a um estresse específico quando precedida por uma exposição subletal ao mesmo (ou outro) estresse. Efetivamente, comunidades de corais previamente expostas a ondas de calor, demonstraram uma menor propensão ao branqueamento no Caribe, na Grande Barreira de Corais e no Indo-Pacífico. Entretanto, a redução na severidade do dano foi observada em sucessivos eventos anuais de branqueamento após ondas de calor, mas não em eventos separados por mais de dois anos, especialmente quando o estresse térmico foi mais severo durante o segundo evento. Por outro lado, o aumento na tolerância térmica resultante da memória ambiental adquirida após exposição à alta radiação solar pode ser 'lembrada' por corais por até uma década. Já os efeitos da exposição prévia a estressores combinados, como alta radiação solar e temperatura elevada, aguardam avaliação no contexto de memória ambiental em corais. Recifes turvos, como os encontrados no Atlântico Sudoeste, são particularmente reconhecidos como importante refúgio climático para os corais, pois a turbidez fornece um escudo natural contra a alta radiação solar durante ondas de calor. Os ecossistemas recifais brasileiros se estendem por cerca de 3.000 km de latitudes equatoriais a subtropicais. Dentro da mesma faixa latitudinal e em gradientes da costa para o mar (cross shelf) são geralmente notadas diminuições marcantes nos níveis de turbidez, o que influencia na composição e estrutura das comunidades bentônicas. Em uma escala mais localizada, diferenças significativas entre recifes rasos (águas mais quentes e bem iluminadas) e recifes mais fundos (águas mais frias e baixa luminosidade), podem influenciar a estrutura da comunidade bentônica. Portanto, esses sistemas exibem uma grande variedade de condições ambientais, apresentando uma oportunidade única para estudar como os fatores ambientais locais podem moldar as respostas adaptativas dos corais. Claramente, são necessários estudos adicionais para identificar populações de corais brasileiros que apresentam maior resistência/resiliência ao branqueamento, bem como compreender os padrões de memória ambiental nesses corais, pois os resultados têm implicações importantes para o desenvolvimento de estratégias de conservação, como a priorização da proteção de refúgios climáticos e para iniciativas de restauração. (AU)

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