Auxílio à pesquisa 23/11860-2 - Decúbito dorsal, Fisioterapia - BV FAPESP
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Influência do posicionamento e do flow bias no deslocamento de secreção e na mecânica pulmonar em porcos sob ventilação mecânica invasiva

Processo: 23/11860-2
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Área do conhecimento:Ciências da Saúde - Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Pesquisador responsável:Márcia Souza Volpe
Beneficiário:Márcia Souza Volpe
Instituição Sede: Instituto de Saúde e Sociedade (ISS). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Baixada Santista. Santos , SP, Brasil
Pesquisadores associados:Carla Máximo Prado ; Fabiana Perrechil Bonsanto ; Marcelo Britto Passos Amato ; Mauro Roberto Tucci ; Roberto Martinez Alejos
Assunto(s):Decúbito dorsal  Fisioterapia  Mecânica respiratória  Pneumonia associada à ventilação mecânica  Unidades de terapia intensiva  Respiração artificial 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Decúbito dorsal | fisioterapia | Mecânica Respiratória | pneumonia associada à ventilação mecânica | unidade de terapia intensiva | ventilação mecânica | Cardiorrespiratória

Resumo

Introdução: O suporte ventilatório invasivo é fundamental no tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda. No entanto, a ventilação mecânica invasiva causa efeitos adversos, como a retenção de secreção pulmonar que induz colapso alveolar e aumenta o risco de pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV). A PAV é a infecção pulmonar que surge 48h após a intubação orotraqueal. Dentre as principais recomendações para prevenção de PAV estão verificar a prontidão para a extubação diariamente e elevar a cabeceira em 30-45° para evitar a aspiração de conteúdo gástrico. Embora a elevação em 30-45° seja recomendada pela maioria das diretrizes de prevenção de PAV, sabe-se que o grau de evidência que suporta o seu uso é baixo. Além disso, existem evidências de que esse decúbito facilita a aspiração da secreção acumulada na região superior da traqueia e glote, acima do cuff, que escorre para dentro do pulmão por ação da gravidade, apesar do cuff insuflado. Mais ainda, secreções das regiões pulmonares distais tem mais dificuldade de superar a gravidade, impactando nas porções gravidade-dependente do pulmão. Assim, a cabeceira em 30-45° pode paradoxalmente acelerar a ocorrência de PAV. Outro ponto importante, é que o ventilador mecânico, dependendo da forma de ajuste dos seus parâmetros, pode atuar como indutor de retenção de secreção pulmonar. Existem evidências de que a presença de um flow bias inspiratório, ou seja, um pico de fluxo expiratório (PFE) menor que o pico de fluxo inspiratório (PFI), a partir de um determinado limiar, pode promover o deslocamento de secreção em direção aos pulmões e favorecer a ocorrência de PAV. Portanto, a cabeceira em 30-45° associada a presença de um flow bias inspiratório pode atuar em sinergismo e resultar em maior retenção de secreção.Objetivos: Investigar a interação entre dois padrões de fluxo, flow bias inspiratório (PFI>PFE) ou expiratório (PFE>PFI), e diferentes elevações da cabeceira, sobre à remoção de secreção pulmonar e indução de colapso alveolar em porcos sob 52h de ventilação mecânica.Métodos: O estudo será realizado na UTI de animais da FMUSP em parceria com a UNIFESP. Serão constituídos 4 grupos, com 8 animais cada: 1- decúbito com cabeceira em 30° e flow bias inspiratório (D30-FBI); 2- decúbito com cabeceira em 10° e flow bias inspiratório (D10-FBI); 3- decúbito com cabeceira em 30° e flow bias expiratório (D30-FBE); e 4-decúbito com cabeceira em 10° e flow bias expiratório (D10-FBE). As variáveis de interesse serão: mecânica respiratória; distribuição da ventilação regional e do volume pulmonar ao final da expiração fornecidos pelo tomógrafo de impedância elétrica; troca gasosa; velocidade e sentido de deslocamento do muco traqueal (técnica inovadora com discos de tântalo colocados 5cm além da porção distal do tubo orotraqueal e monitorados pela tomografia computadorizada); hemodinâmica; peso e reologia da secreção aspirada; peso dos pulmões; e análise histológica e imuno-histoquímica pulmonar.Resultados esperados: Os animais do D30-FBI apresentarão deslocamento de secreção em direção aos pulmões o que provocará diminuição da ventilação alveolar, colapso alveolar e shunt, com piora da troca gasosa e da complacência pulmonar. Os animais apresentarão sinais progressivos de infecção pulmonar, como febre. Ao final, apresentarão pulmões mais edemaciados e com maior lesão histológica. Vice-versa, os animais D10-FBE apresentarão deslocamento de secreção traqueal em direção à glote. Assim, a retenção de secreção será minimizada o que resultará em melhor complacência, troca gasosa, estabilidade hemodinâmica e menor peso pulmonar e lesão histológica. Se esses resultados se confirmarem, será possível concluir que o decúbito elevado em 30°, atualmente considerado protetor, e o ajuste do flow bias inspiratório, frequentemente ignorado na prática clínica, são indutores de retenção de secreção pulmonar e potencialmente de PAV, justificando um futuro ensaio clínico translacional (AU)

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