Auxílio à pesquisa 24/16488-7 - Ensaio clínico randomizado, Estimulação magnética transcraniana - BV FAPESP
Busca avançada
Ano de início
Entree

Eficácia da estimulação magnética theta-burst acelerada, com ou sem neuronavegação guiada por neuroimagem funcional, na depressão resistente ao tratamento: um ensaio clínico randomizado e duplo-cego

Processo: 24/16488-7
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Data de Início da vigência: 01 de março de 2025
Data de Término da vigência: 29 de fevereiro de 2028
Área do conhecimento:Ciências da Saúde - Medicina - Psiquiatria
Pesquisador responsável:Andre Russowsky Brunoni
Beneficiário:Andre Russowsky Brunoni
Instituição Sede: Instituto de Psiquiatria Doutor Antonio Carlos Pacheco e Silva (IPq). Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP). Secretaria da Saúde (São Paulo - Estado). São Paulo , SP, Brasil
Pesquisadores associados:KALLENE SUMMER MOREIRA VIDAL ; Lais Boralli Razza ; Leandro da Costa Lane Valiengo
Assunto(s):Ensaio clínico randomizado  Estimulação magnética transcraniana  Neuroimagem  Neuronavegação  Transtorno depressivo maior 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:ensaio clínico randomizado | Estimulacao Magnetica Transcraniana | estimulação theta-burst acelerada | neuroimagem | Neuronavegação | Transtorno Depressivo Maior | Psiquiatria do Adulto (Transtornos Depressivos)

Resumo

Cerca de 30% dos pacientes com depressão não respondem adequadamente aos tratamentos farmacológicos. Antidepressivos, embora amplamente utilizados, têm eficácia modesta e frequentemente causam efeitos colaterais. A psicoterapia, por sua vez, enfrenta uma limitação de profissionais qualificados, enquanto a eletroconvulsoterapia, embora eficaz, apresenta efeitos cognitivos e é de difícil acesso. Nas últimas décadas, a estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) tem se destacado como uma opção segura e eficaz para tratar episódios depressivos refratários, com poucos efeitos colaterais. Essa técnica utiliza um campo eletromagnético que atravessa o crânio sem obstáculos, atingindo circuitos neurais e promovendo efeitos neuroplásticos. No contexto da depressão, a EMTr é aplicada sobre o córtex dorsolateral pré-frontal esquerdo (CDLPFe), que se apresenta hipoativo durante o episódio depressivo, mas cuja atividade é normalizada após um tratamento antidepressivo bem-sucedido.Mais recentemente, a estimulação theta-burst (TBS), que dura apenas 3 minutos, mostrou-se tão eficaz quanto os protocolos tradicionais de EMTr, que variam entre 20 e 40 minutos. Esse avanço permitiu a implementação de múltiplas sessões diárias de TBS, conhecidas como protocolos acelerados de TBS (aTBS). Estudos preliminares sugerem que essa técnica pode gerar efeitos antidepressivos mais rápidos e intensos. Outro progresso significativo é o uso de estimulação individualizada, guiada por ressonância magnética funcional (fMRI), que demonstrou que a anticonectividade entre o CDLPFe e a porção subgenual do córtex cingulado anterior (sgCCA) pode prever a resposta clínica. Um ensaio clínico randomizado recente, denominado SAINT/SNT (Stanford Neuromodulation Therapy), combinou aTBS com neuronavegação personalizada, mostrando uma eficácia ainda maior na primeira semana e ao longo do tratamento. No entanto, o estudo envolveu uma amostra pequena (n=29) e o desenho não permitiu separar os efeitos da aTBS dos da neuronavegação. Além disso, o protocolo envolvia 10 sessões diárias de TBS por 5 dias, o que limita sua aplicabilidade prática.Recentemente, em um ensaio clínico controlado por placebo com 100 pacientes com depressão resistente, demonstramos que um protocolo de aTBS sem neuronavegação, utilizando um método simplificado baseado em medidas cefálicas, obteve alta eficácia. Neste projeto, propomos avaliar os benefícios adicionais da neuronavegação personalizada na aTBS para uma melhora rápida e sustentada dos sintomas depressivos, através de um ensaio clínico duplo-cego. Serão randomizados 60 pacientes adultos com episódio depressivo refratário para receber 3 sessões diárias de TBS intermitente, com intervalos de 30 minutos, totalizando 45 sessões em 15 dias. Os pacientes serão divididos entre aqueles que receberão a bobina posicionada segundo o método "BeamF3" ou de forma individualizada, de acordo com a anticonectividade máxima entre o sgCCA e o CDLPFe, utilizando pipelines desenvolvidos em colaboração com grupos internacionais de pesquisa.O principal desfecho será a comparação da eficácia entre os dois grupos, com a hipótese de que o grupo com tratamento individualizado apresentará uma resposta clínica superior, especialmente no início do tratamento. Desfechos secundários incluirão taxas de resposta e remissão, além de outras medidas clínicas relevantes. Exploratoriamente, analisaremos os diferentes métodos de neuronavegação individualizada e não-neuronavegada na resposta clínica, focando nas medidas específicas de anticonectividade identificadas pela neuronavegação. Este estudo pode inaugurar uma nova abordagem terapêutica para o tratamento da depressão refratária, ao demonstrar, pela primeira vez, os benefícios adicionais da neuronavegação personalizada na prática clínica. (AU)

Matéria(s) publicada(s) na Agência FAPESP sobre o auxílio:
Mais itensMenos itens
Matéria(s) publicada(s) em Outras Mídias ( ):
Mais itensMenos itens
VEICULO: TITULO (DATA)
VEICULO: TITULO (DATA)