Ciência com telescópio robótico brasileiro: busca por variáveis cataclísmicas

• Processo: 25/01204-6
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Pesquisador Visitante - Brasil
• Data de Início da vigência: 01 de maio de 2025
• Data de Término da vigência: 31 de julho de 2025
• Área do conhecimento: Ciências Exatas e da Terra - Astronomia - Astrofísica Estelar
• Pesquisador responsável: Claudia Lucia Mendes de Oliveira
• Beneficiário: Claudia Lucia Mendes de Oliveira
• Pesquisador visitante: Raimundo Lopes de Oliveira Filho
• Instituição do Pesquisador Visitante: Universidade Federal de Sergipe (UFS). Centro de Ciências Exatas e Tecnologia (CCET), Brasil
• Instituição Sede: Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Vinculado ao auxílio: 19/26492-3 - Ciência com o telescópio robótico brasileiro, AP.ESP
• Assunto(s): Variáveis cataclísmicas Instrumentação (astronomia)
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Mapeamentos | Observatórios Virtuais | sistemas binários | variáveis cataclismicas | Instrumentação Astronômica

Resumo

O mapeamento em doze bandas fotométricas do projeto S-PLUS oferece uma oportunidade ímpar de revelar variáveis do hemisfério sul celeste. Esses sistemas, nos quais uma anã branca captura matéria de uma estrela companheira de sequência principal, são peças importantes para o estudo de estrutura e evolução estelar. Enquanto a vasta maioria deles foi identificada por detecção de variabilidade no óptico e/ou de emissão em raios X duros, o S-PLUS permite que a descoberta seja baseada na distribuição de energia espectral no óptico. Não se trata apenas de um caminho alternativo, mas da abertura de um horizonte que permite identificar binárias interagentes que foram invisíveis ao mapeamentos tradicionais, com é o caso das que apresentam pouca variabilidade ou variabilidade em longa escala de tempo, e das que são indetectáveis em raios X. De fato, estudos populacionais indicam que o número baixo de objetos conhecidos em certas subclasses é uma questão de viéses observacionais, e que os ditos exóticos são de fato a maioria. A importância do avanço nesse quesito populacional extravasa a numerologia e alcança grandes questões em aberto para as quais a obtenção de respostas passa necessariamente pela caracterização dos sistemas ditos exóticos e pelas correlações de propriedades entre eles. Como exemplo, tem-se a questão da origem e evolução de campos magnéticos em anãs brancas, a dinâmica na evolução de rotação da anã branca e de períodos orbitais dos sistemas, aspectos de troca de matéria entre as estrelas relacionados à física de plasmas, e vínculos ao canal de evolução que resulta em supernova de tipo Ia - conexão importante entre Astrofísica Estelar e aspectos cosmológicos associados à medida de distâncias. O potencial do S-PLUS de revelar variáveis cataclísmicas foi demonstrado em trabalho anterior de nosso grupo, com o desenvolvimento de metodologia baseada nas cores e distribuição espectral em energia dos sistemas. A intenção do que aqui é proposto é aplicar de modo sistemático a metodologia desenvolvida, e assim identificar novas variáveis cataclísmicas a partir do conjunto de dados disponibilizados pelo S-PLUS. O ineditismo da amostra tem consequência imediata para o que segue na caracterização dos sistemas e que contará com outros dois recursos disponíveis para a comunidade astronômica brasileira, que são os telescópios dos observatórios Gemini e Pico dos Dias - nos quais projetos estão sendo conduzidos em sintonia com o que o que aqui é proposto. Ao final, a intenção é ocupar uma posição de destaque na área em que se insere, com a revelação e caracterização de variáveis cataclísmicas, enquanto maxima o retorno científico do projeto S-PLUS e de equipamentos financiados pelo Brasil. (AU)