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Arte e festa: as noites de São Paulo nos anos 1980 e 1990

Processo: 24/22563-1
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Pesquisador Visitante - Brasil
Data de Início da vigência: 05 de março de 2025
Data de Término da vigência: 04 de agosto de 2025
Área do conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Artes - Cinema
Pesquisador responsável:Esther Império Hamburger
Beneficiário:Esther Império Hamburger
Pesquisador visitante: Denilson Lopes Silva
Instituição do Pesquisador Visitante: Escola De Comunicação/Eco/Ufrj, Brasil
Instituição Sede: Museu de Arte Contemporânea (MAC). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Fotografia  São Paulo  Vídeo 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:cinema | Festa | Fotografia | Neonrealismo | São Paulo | vídeo | Artes do Video, Fotografia

Resumo

Por que só pensar o luto e não a alegria? Por que só contar histórias de traumas e feridas, tão recorrente nos discursos minoritários, e não também das festas? Seguindo não tanto uma antropologia mas uma genealogia (Foucault) estética das festas gostaria de procurar por alguns momentos da noite paulistana nos anos 1980 e 1990 depois do fim do regime militar através de algumas experiências audiovisuais sejam cinema, vídeo, fotografia ou música pop que possam ser encontradas nos arquivos do MAC-USP mas também em outros arquivos da USP como o do IEB , em arquivos pessoas de artistas residentes em São Paulo e de instituições como Videobrasil e Cinemateca Brasileira. A pesquisa pretende ser uma contribuição para a história de São Paulo focando num momento não tão estudado e tentando adotar uma perspectiva comparativa e intermediática indo além dos limites da linguagem de cada artista e pensando a noite não só como um tempo diferente mas que inclui espaços outros que se constituem em diferentes formas de encenações, paisagens e mesmo diferentes pessoas e personagens. Também a pesquisa pretende somar esforços a pesquisas desenvolvidas no MAC-USP pelas professoras Helouise Costa e mais recentemente por Heloisa Spada além do projeto central para esta pesquisa "Audiovisual, memória, desigualdades e a ampliação da democracia brasileira", apoiado pelo CNPq, da profa. Esther Hamburger, supervisora de meu projeto, referente ao regime pós-ditatorial no Brasil.O corpus em construção está relacionado com o que é chamado de filmes neonrealistas ou pós-mdernos, especialmente por Cidade Oculta de Chico Botelho (1986) e Anjos da Noite (1987) de Wilson Barros que podem ser conectados às fotos de Cassio Vasconcellos, especialmente na sua série "Noturnos São Paulo", a cena musical da Lira Paulistana e a cena do rock póspunk lançada por selos como Wop Bop e Baratos Afins. Apenas para mencionar alguns artistas e trabalhos que podem ser alterados no decorrer da pesquisa bibliográfica e dos arquivos.É importante considerar como central não tanto a literatura como para os Modernismos dos anos 1920 e 1930 mas a cultura pop para a qual a música é a arte mais central, o que é sugerido mas não desenvolvido como Modernismo pop por Mark Fisher em Fantasmas da Minha Vida (2022) para considerar não só a diversidade musical mas as possibilidades de reinvenção da vida na Inglaterra dos anos 1970 que pode nos ser útil para a pesquisa atual. Uma hipótese importante é que ao mapear as noites de São Paulo possamos trazer uma imagem diferente da cidade não tanto definida pelo trabalho diurno e a multidão a ele associado mas por uma forma diferente de estar junto constituída pelas festas e mesmo estar só.Não a felicidade promovida pelas políticas neoliberais mas a alegria que implica uma intensificação do desejo pela vida com todos seus problemas, dores e uma forma de estar junto não tanto relacionada à família e a trabalhos diurnos e talvez também diferentes formas de estar só que incluem a melancolia e a fragilidade da passagem do tempo. Festas como a noite sempre acabam.Especialmente também depois da pandemia do coronavírus é importante ver um outro momento histórico que foi definido por uma outra pandemia, a que foi causada pela AIDS. Que tipos de experiências, relações e encontros foram possíveis? O que a noite significou para além de um espaço e tempo de alienação e consumo? Não como simples inversão social nem êxtase irracional talvez possamos encontrar diferentes sentidos que aconteceram na noite. É possível falar através da noite só quando não se está mais nela como memória? Ao lembrar festas e noites podem nos auxiliar a pensar um presente diferente? (AU)

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