Auxílio à pesquisa 99/02578-0 - Religiosidade popular, Religião e cultura - BV FAPESP
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Protestantismo e cultura: o protestantismo, seus ajustes, conflitos e metamorfoses culturais em situações de modernidade e pós modernidade

Processo: 99/02578-0
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Data de Início da vigência: 01 de janeiro de 2000
Data de Término da vigência: 31 de março de 2002
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Sociologia - Outras Sociologias Específicas
Pesquisador responsável:Antonio Gouvêa Mendonça
Beneficiário:Antonio Gouvêa Mendonça
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Ciências e Religião. Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Instituto Metodista de Ensino Superior (IMS). São Bernardo do Campo , SP, Brasil
Assunto(s):Religiosidade popular  Religião e cultura  Movimentos religiosos  Protestantismo  Pentecostalismo  Neopentecostalismo 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Cultura Religiosa | Educacao | Movimentos Religiosos | Pentecostalismo | Protestantismo | Religiosidade Popular

Resumo

Após duas incursões do protestantismo reformado - entenda-se protestantismo do ramo calvinista - através das invasões francesa, 1555, e holandesa, 1630, o protestantismo esteve ausente do Brasil até 1824 quando se iniciam as imigrações de alemães e suíços. Neste longo período, isto é, de 1654, quando são expulsos os holandeses do Nordeste, até 1824, não se registra culto protestante no Brasil. Diversas causas podem explicar este fato, mas as mais possíveis são a forte presença fiscalizadora da Igreja Católica que, na expressão de Gilberto Freyre, impedia os "doentes da alma" de entrarem no Brasil, e as visitações da Inquisição. A Constituição do Império, de 1824, ao mesmo tempo em que, no seu Artigo 5°, adota a religião católica como religião oficial e nacional, estabelece o princípio de tolerância para com os outros cultos, embora com restrições significativas. A partir daí é que o culto protestante no Brasil passa a ter certa visibilidade. São ingleses com suas capelas, alemães e suiços em suas casas nas colônias e, por fim, brasileiros em suas casas de oração. A dinâmica protestante no Brasil passa a ter duas direções: uma voltada para dentro de si mesmo, isto é, procurando através do proselitismo trazer adeptos para o interior de suas comunidades, e outra voltada para fora de si mesmo com seu projeto de preparo das elites para a vida empresarial e política do País. Neste ponto, estamos falando do chamado protestantismo de missão ou conversão na terminologia pioneira de Cândido Procópio F. de Camargo. No primeiro caso, trata-se de sua vertente religiosa e, no segundo, do seu projeto educativo. Entretanto, apesar dos recursos muito grande que as missões investiram nesses projetos, o protestantismo teve até meados deste século presença discreta na sociedade brasileira. Prova disso é a ausência praticamente total do protestantismo na historiografia do Brasil. Mas, é certo que o protestantismo contribuiu, com sua educação pragmática, para a racionalidade no mundo dos negócios, para a formação da mentalidade liberal e democrática, para a literatura e o ensino universitário principalmente na área da lingüística tendo como base exclusiva a formação recebida em seus seminários. O Projeto tem em mira recuperar o protestantismo do ostracismo em que viveu e inseri-lo na história da cultura brasileira através do realce de suas contribuições apesar das dificuldades de ajustamento de sua ética à cultura tradicional. Não se trata de fazer a apologia do protestantismo, mas de contribuir para suprir uma lacuna na história social do Brasil. Uma outra proposta do Projeto é de, ao mesmo tempo, fazer um estudo histórico-comparativo das relações entre o protestantismo histórico, ou tradicional se preferirmos, e os novos movimentos religiosos de cunho pentecostal. Neste caso, as perguntas serão: há entre eles ruptura ou continuidade? São os chamados pentecostais, neopentecostais ou pós-pentecostais uma mesma e só coisa? A pesquisa, no Projeto, será bibliográfica-interpretativa e de campo e seus resultados serão registrados e divulgados através de livros, teses com publicação recomendada, cadernos e monografias. Em suma, o Projeto visa principalmente publicar seus resultados fora do âmbito exclusivamente apologético-religioso e através de veículos de divulgação que os façam chegar às mãos dos estudiosos de história social do Brasil. Além das pesquisas já em andamento por parte dos membros da equipe visando a configuração do campo religioso cristão não-católico brasileiro, serão encaminhadas desde logo pesquisas setorialmente definidas a respeito da educação pragmática protestante visando a formação de elites e técnicos voltados para o mundo dos negócios, levantamento da rota de implantação do protestantismo na Província de São Paulo, no Brasil Imperial (Trilha do Café), registro histórico da Igreja Evangélica Brasileira (que não aparece no mapeamento do protestantismo brasileiro como possível ponto de partida do estudo do pentecostalismo) e estudo das nuanças da Teologia da Prosperidade e da Nova Era nos novos movimentos religiosos de fisionomia protestante a partir de programas de rádio e televisão. (AU)

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