Auxílio à pesquisa 08/57904-0 - Doenças neurodegenerativas, Plasticidade neuronal - BV FAPESP
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Instituto Nacional de Neurociência Translacional

Resumo

Produzir tratamentos novos e efetivos aliados à prevenção adequada das doenças deve ser o principal objetivo dos sistemas de saúde de uma nação. Este objetivo é mais facilmente estabelecido com a tradução efetiva dos achados das pesquisas biomédicas na prática clínica e nas tomadas de decisão na área da saúde. A pesquisa translacional tem sido reconhecida como a base deste progresso através de um processo contínuo que pode ser dividido em dois domínios. O primeiro envolve a aplicação das descobertas geradas pelas pesquisas nos laboratórios ao desenvolvimento dos estudos em seres humanos. Estas investigações translacionais pré-clinicas são frequentemente estabelecidas através do uso de modelos animais, culturas de tecidos, amostras de células humanas e animais ou através de sistemas experimentais tais como o estudo de moléculas biológicas, incluindo o DNA, RNA e as proteínas. O segundo domínio translacional reúne os resultados dos estudos básicos e os aplica na prática clínica, na tentativa de melhorar a saúde da população e facilitar a adoção das melhores práticas pela comunidade. Como reconhecido pelas principais revistas científicas e pelas grandes agências de fomento, a Neurociência é a área das Ciências biomédicas que cresce mais rapidamente nos países desenvolvidos. Essa observação também é válida para nosso país. De fato, a Neurociência ocupa posição de destaque nos congressos multidisciplinares, tem presença significativa nos periódicos de maior impacto como Nature e Science, atrai um grande contingente de jovens para a pesquisa científica, e frequenta a mídia e o interesse do público pela discussão das questões mais fundamentais da humanidade. A Neurociência brasileira tem se expandido notavelmente nos últimos 15 anos e hoje ocupa lugar relevante na produção internacional. Porém, e à diferença do que ocorre nos países desenvolvidos, o Brasil ainda não dispõe de uma rede nacional de pesquisa em Neurociência, necessária para aglutinar, de uma maneira formal, os esforços individuais dos principais pesquisadores inseridos nesta área. A formação de um instituto nos moldes aqui propostos se reveste de grande importância estratégica, pois somente através do trabalho conjunto destes grupos de pesquisa poderá surgir e se consolidar uma massa crítica necessária para produzir Ciência da mais alta qualidade e transferir de maneira eficaz, e através do Sistema Único de Saúde, os conhecimentos e as inovações gerados nos laboratórios de pesquisa para o setor empresarial e a sociedade em geral. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças neurológicas e neuropsiquiátricas constituem 15 a 20% do total de mortes globalmente. Por outro lado, e devido ao curso crônico da maioria dessas doenças, o custo das mesmas estimado em DALY (Disability-Adjusted Iife Years) é o mais alto quando comparado a outros grupos de doenças (ex., HIVIAIDS, neoplasias, doenças cardíacas), representando aproximadamente 6,5% do custo total (Neurological Disorders, WHO, 2006). Esse quadro se torna ainda mais alarmante quando se leva em consideração a taxa de envelhecimento da população, o que, segundo a projeção da OMS, aumentará em 12% o custo das doenças neurológicas até 2030. Dentre as patologias neurológicas mais relevantes em termos populacionais estão às epilepsias, a doença de Alzheimer e outras demências, a doença cerebrovascular, os tumores do Sistema Nervoso Central (SNC), a doença de Parkinson e doenças do sistema motor, além das retinopatias e as doenças inflamatórias e infecciosas do SNC. A incidência das doenças do cérebro e das assim-chamadas doenças nervosas (Alzheimer, dependências, ansiedade, depressão, epilepsia, etc.) aumentam com a idade e acometem, aproximadamente, 40% da população dos Estados Unidos. O quadro fica ainda mais impactante se incluirmos nesse grupo os transtornos considerados psiquiátricos, tais como, a esquizofrenia, o transtorno obsessivo-compulsivo, o transtorno de personalidade anti-social, cujas bases neurobiológicas estão sendo progressivamente reconhecidas... (AU)

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