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Avaliação da participação de receptores canabinóides no efeito antinociceptivo da crotalfina, um analgésico tipo opióide, e sua interação com o sistema opióide

Processo: 09/14203-5
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Vigência: 01 de fevereiro de 2010 - 31 de janeiro de 2012
Área do conhecimento:Ciências Biológicas - Farmacologia - Farmacologia Geral
Pesquisador responsável:Gisele Picolo
Beneficiário:Gisele Picolo
Instituição Sede: Instituto Butantan. Secretaria da Saúde (São Paulo - Estado). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Analgesia  Dor  Analgésicos opioides  Venenos de origem animal  Crotalus cascavella  Receptores opioides  Óxido nítrico  Receptores de canabinoides 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Antinocicepção | crotalfina | receptores canabinóides | Receptores opióides | Dor e Analgesia

Resumo

A dor é um fenômeno que afeta todas as pessoas, em alguma fase de sua vida. Estima-se que aproximadamente 30% da população mundial sofra com dores moderadas a crônicas. Apesar dos estudos relacionados aos mecanismos da dor e seu controle terem avançado nos últimos anos, muitas pessoas ainda sofrem com a falta de controle de alguns tipos de dor ou ainda com efeitos adversos severos de alguns tratamentos. A morfina, principal representante dos opióides, é um dos fármacos amplamente utilizado no controle de dores crônicas e severas. Contudo, ainda existe certa resistência ao seu uso, devido aos efeitos indesejáveis associados à sua administração, entre eles depressão respiratória, euforia, dependência e sedação. Assim, a busca por novas drogas capazes de controlar a dor tem sido constante. Nesse sentido, estudos realizados nos últimos anos pelo nosso laboratório permitiram demonstrar o efeito antinociceptivo da crotalfina, um peptídeo de 14 aminoácidos sintetizado a partir da seqüência do fator analgésico natural presente no veneno de serpentes Crotalus durissus terrificus (VCdt). Estes estudos demonstraram que a crotalfina é capaz de acarretar antinocicepção central e periférica, mediada pela ativação de receptores opióides kappa e/ou delta. Este efeito é de longa duração, variando entre 3 e 5 dias dependendo do modelo utilizado (dor aguda ou crônica). Além da participação de receptores opióides, este efeito antinociceptivo envolve ainda o óxido nítrico sintetizado a partir da óxido nítrico sintase neuronal, o GMPc (e parcialmente a PKG) e canais para K+ dependentes de ATP. Dados adicionais demonstram ainda, que não é observada tolerância ao efeito analgésico, mesmo para a crotalfina administrada diariamente por até 15 dias, a avaliada em modelo de dor crônica. Contudo, apesar de acarretar analgesia revertida por antagonistas de receptores opióides, a sequência da crotalfina não apresenta similaridade com nenhum outro opióide conhecido. Ainda, estudos preliminares indicam que a crotalfina não ativa diretamente os receptores opióides uma vez que o peptídeo não é capaz de deslocar naloxona marcada ([3H] naloxone) em estudos de "binding". Nesse sentido, a Literatura tem demonstrado uma estreita relação entre os sistemas opióides e canabinóides. Ambos os sistemas atuam em locais comuns, sendo que seus receptores estão co-distribuídos em áreas importantes para o controle da dor. Estes sistemas, ainda, parecem potencializar um ao outro, indicando uma interação sinérgica entre eles. Ainda, estudos comportamentais e moleculares têm sugerido que o efeito analgésico dos canabinóides é mediado por opióides endógenos, indicando uma íntima relação entre eles na modulação da percepção da dor. Dados recentes têm demonstrado, ainda, não só que drogas canabinóides são capazes de acarretar liberação de opióides endógenos, mas também que drogas opióides podem acarretar a liberação de endocanabinóides. Portanto, este projeto tem como objetivo ampliar os conhecimentos relacionados aos mecanismos envolvidos no efeito antinociceptivo induzido pela crotalfina, avaliando a participação de receptores canabinóides neste efeito, bem como a interação deste sistema com o sistema opióide. Para tanto, serão realizados ensaios farmacológicos utilizando antagonistas de receptores, inibidores enzimáticos e anticorpos, para avaliação da participação de receptores canabinóides CB1 e CB2, de endocanabinóides e de opióides endógenos no efeito antinociceptivo da crotalfina. Para comprovação da ativação dos receptores canabinóides e opióides serão realizados ensaios de imunomarcação por fluorescência, utilizando anticorpos conformação específicos para receptores fosforilados. Ainda, para avaliação da possível liberação de opióides endógenos, a quantificação da liberação destes opióides será realizada em sobrenadante do tecido dérmico, utilizando ensaios de Elisa. (AU)

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Publicações científicas
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
MACHADO, F. C.; ZAMBELLI, V. O.; FERNANDES, A. C. O.; HEIMANN, A. S.; CURY, Y.; PICOLO, G.. Peripheral interactions between cannabinoid and opioid systems contribute to the antinociceptive effect of crotalphine. British Journal of Pharmacology, v. 171, n. 4, p. 12-pg., . (09/14203-5, 10/12917-8, 08/57898-0)
MACHADO, F. C.; ZAMBELLI, V. O.; FERNANDES, A. C. O.; HEIMANN, A. S.; CURY, Y.; PICOLO, G.. Peripheral interactions between cannabinoid and opioid systems contribute to the antinociceptive effect of crotalphine. British Journal of Pharmacology, v. 171, n. 4, SI, p. 961-972, . (09/14203-5, 10/12917-8, 08/57898-0)

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