Trabalho intensificado nas federais: Pós-graduação e produtivismo acadêmico.

• Processo: 09/15906-0
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros
• Data de Início da vigência: 01 de janeiro de 2010
• Data de Término da vigência: 31 de outubro de 2010
• Área do conhecimento: Ciências Humanas - Educação - Tópicos Específicos de Educação
• Pesquisador responsável: João dos Reis Silva Júnior
• Beneficiário: João dos Reis Silva Júnior
• Instituição Sede: Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
• Assunto(s): Comunicação acadêmica Trabalho docente Ensino superior Reforma do Estado
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Políticas de Pós-graduação | Prática Universitária | produção acadêmica | Professor- Pesquisador | Reforma do Estado | Trabalho Docente | Educação Superior

Resumo

Trabalho Intensificado nas federais: pós-graduação e produtivismo acadêmicoEste livro apresenta o resultado de um extenso processo de investigação que, ao longo dos últimos quatro anos, teve como principal objeto de estudo a prática universitária ou o trabalho dos professores das Instituições Federais de Ensino Superior - IFES. O estudo teve como universo de análise as quinze IFES (ano 2005) da Região Sudeste e, como amostra, sete dentre elas. Em seu cotidiano, a Instituição universitária possibilita a formação humana produzida pelo trabalho e, ao mesmo tempo em que pode constituir o sujeito humano e culto, produz um ethos utilitário em função da existência de condições em geral propícias a que a maioria dos professores/pesquisadores aja dessa forma. Em estudo anterior, Novas faces da educação superior: reforma do Estado e mudança na produção, em coautoria com Valdemar Sguissardi, buscou-se compreender os condicionantes nacionais da reconfiguração das IFES e de outras universidades públicas e privadas, tendo como marcos as mudanças na economia e a reforma do Estado, na década de 1990, e como objeto a expressão destas mudanças e reforma na instituição universitária. Considerou-se, assim, oportuno dar continuidade à pesquisa sobre a prática cotidiana desses atores centrais da vida universitária das IFES. Tomou-se como representativa do cotidiano da vida universitária a prática universitária, isto é, as relações que o professor mantém com o ensino, a pesquisa e a extensão, além de, eventualmente, com a administração e a representação sindical. A prática universitária dos professores das IFES foi entendida como decorrência das políticas e imposições oficiais, mas, ao mesmo tempo, como produto das relações das instituições e dos professores com essas políticas e imposições. O conteúdo e a forma da prática universitária foram vistos como práticas sociais dos sujeitos, pois implicam, de um lado, a expressão de cognições e valores presentes no estabelecer de planos e metas de ação e, de outro, ações materiais sobre o mundo objetivo na forma de participação ativa na reconfiguração institucional.Verificou-se que a prática universitária significa formas de efetiva materialização das políticas oficiais para a educação superior pública via redução de financiamento, constrangimentos da carreira docente, restrição do quadro docente, achatamento salarial, sobrecarga de trabalho e pressões por aumento da produção científica, assim como estímulos e facilidades para prestação de serviços extra-regime de trabalho, visando complementações salariais, relaxamento da dedicação exclusiva etc. A síntese da pesquisa é a de que não há mercado nos campos da técnica/ciência. Isto é uma ilusão, e quando se aplica tal ilusão às instituições, os resultados são os que o livro mostra: universidades, laboratórios e departamentos precarizados, com suas competências transferidas para instituições como a Capes e o CNPq. Critérios de mercado, privatizações, tudo não passa de um truque para a utilização dos fundos públicos em proveito de interesses privados. Quando tais interesses prevalecem, colhem-se estresse, jornadas estafantes de trabalho, competição entre os docentes e funcionários desgastados. (AU)