Resumo
A maioria dos fungos causadores de micoses no homem e nos animais foram descritos no início do século XIX e até o presente momento, não existe uma estratégia 100% eficaz na prevenção. A utilização de drogas antifúngicas é a melhor ferramenta atualmente disponível, entretanto, os pacientes são submetidos a um longo período de tratamento e as recedivas são comuns. Modelos vacinais densenvolvidos contra candidíase, criptococose, coccidioidomicose, aspergillose e histoplasmose foram descritos, entanto, ainda não exista uma vacina eficaz. Em relação à paracoccidioidomicose (PCM), nosso grupo tem trabalhado no desenvolvimento de uma vacina peptídica (P10), originária de uma fração da proteína imunodominante gp43 do fungo Paracoccidioides brasiliensis (Pb). Os ensaios iniciais foram direcionados no modelo experimental murino utilizando-se a fase de levedura do fungo no momento da infecção. Nesse modelo, pode-se reduzir a carga fúngica nos pulmões, a disseminação do fungo e a prevenção de recidivas. A imunização com P10 gerou no hospedeiro uma resposta imunológica de memória que se reativa durante uma nova exposição ao fungo. A forma clínica mais comum da PCM é a crônica, que afeta de 80 a 90% dos pacientes, levando a formação de fibrose e diminuindo a função pulmonar dos doentes. A partir dos dados clínicos, resolvemos investigar a utilização do P10 no modelo vacinal em camundongos utilizando-se como inoculo o conidio fungico administrado pela via intranasal. Esse modelo simula a forma crônica semelhante àquela apresentada pelos pacientes e já foi descrito, com sucesso, por pesquisadores colombianos. A nossa proposta busca uma validação da vacina baseada no peptídeo P10 no modelo da PCM crônica induzida por conídios. (AU)
Publicações científicas
(6)
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
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