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A natureza, a razão e a ciência do homem: edição dos estudos de anatomia de Leonardo da Vinci

Processo: 12/01124-2
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Vigência: 01 de maio de 2012 - 30 de abril de 2014
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - História da Filosofia
Pesquisador responsável:Eduardo Henrique Peiruque Kickhöfel
Beneficiário:Eduardo Henrique Peiruque Kickhöfel
Instituição Sede: Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Guarulhos. Guarulhos , SP, Brasil
Assunto(s):História da arte  História da ciência  Renascimento 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:História da Arte | História da ciência | História da Filosofia | Leonardo da Vinci | Renascença | Filosofia da Renascença

Resumo

O projeto tem por objetivo publicar um catálogo completo dos estudos de anatomia de Leonardo da Vinci e um livro de divulgação, assim como estabelecer um núcleo de pesquisa a respeito da filosofia da Renascença na Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Unifesp. Propõe-se um estudo aprofundado inédito a respeito das distinções "arte" e "ciência" e a classificação dos saberes da Renascença, de modo a entender a posição de Leonardo da Vinci na cultura daquele período, comparando-o com outros anatomistas e pintores particularmente em relação a seus termos de referência e posição de suas artes e ciências.O Renascimento foi um período marcado pela tradição aristotélica. Benedetto Varchi, em suas Duas lições sobre a pintura e escultura (1546), menciona que ciência "não é outra coisa que o conhecimento das coisas universais, necessárias e, consequentemente, eternas, tidas mediante demonstração", e arte "é um hábito de fazer com verdadeira razão", seguindo assim as definições da Ética a Nicômaco. Franciscus Toletus, no livro Comentários com questões sobre a física de Aristóteles (1574), afirma que filosofia era qualquer saber organizado por princípios, e divide a filosofia em especulativa, prática e produtiva, seguindo assim a classificação que está no início do livro sexto da Metafísica. Entretanto, ao invés do valor maior dado à vita contemplativa na Antiguidade, ainda presente na Idade Média, os homens da Renascença deram novos valores à vita activa. Alguns artífices começaram a aplicar ciências em suas artes, como no caso de Filippo Brunelleschi ao aplicar a geometria na pintura, inventando assim a perspectiva para uso dos artífices. Coube ao humanista e arquiteto Leon Battista Alberti sistematizá-la no tratado Da pintura (1435). Alberti deixa claro seu interesse estava nas "coisas postas ao ver", mas não no ponto dos geômetras, aceitando assim a distinção tradicional entre arte e ciência. Alberti também aplica outras ciências (óptica e anatomia) e outras artes (retórica e poética) à arte da pintura. Diferentemente dos artífices iletrados, o pintor imaginado por Alberti era um tipo de letrado que pintava a partir do conhecimento de certos princípios e sabia falar a respeito deles. Outros tratadistas, como Lorenzo Ghiberti, Francesco di Giorgio Martini and Piero della Francesca, tinham por objetivo elevar o estatuto de conhecimento de suas artes e sua própria posição social, mas nenhum deles tentou identificar artes e ciências. Os sentidos da tradição eram claros, e as artes ainda eram secundárias em relação às ciências.Leonardo da Vinci tentou superar o contexto de aplicação dos artífices e unir efetivamente artes e ciências. No caso da anatomia, o artífice-anatomista tinha de saber anatomizar, assim como tinha de ter "o bom desenho, a perspectiva, a ordem das demonstrações geométricas e a ordem dos cálculos das forças e virtudes dos músculos". Tendo isso, ele visava "figurar a causa dos movimentos de qualquer membro". Em outras palavras, o desenho de Leonardo da Vinci era informado por ciências de modo inédito, de modo que ao desenhar ele expressava concepções da ciência natural de sua época, especialmente a anatomia do homem. Assim, ele unia de forma inédita ciências e artes. Entretanto, o contexto da época, que distinguia claramente arte e ciência, impedia tal união, fazendo Leonardo da Vinci sem seguidores diretos como anatomista. Ele tentou um operação semelhante na pintura, mas aqui ele também não teve seguidores. (AU)

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Publicações científicas
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
PEIRUQUE KICKHOFEL, EDUARDO HENRIQUE. Renaissance natural philosophy, brain, and epilepsy (and some ideas about science). Epilepsy & Behavior, v. 121, n. B, . (14/16549-4, 12/01124-2)

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