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Músicos do elo na hemodiálise: um ponto de partida para a formação de músicos e a prática interdisciplinar orientada à humanização do ambiente hospitalar

Processo: 12/20784-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Vigência: 01 de abril de 2013 - 31 de março de 2015
Área do conhecimento:Ciências da Saúde - Medicina - Clínica Médica
Pesquisador responsável:Fernando Antonio de Almeida
Beneficiário:Fernando Antonio de Almeida
Instituição Sede: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Sorocaba , SP, Brasil
Assunto(s):Nefrologia  Nefropatias  Unidades hospitalares de hemodiálise  Humanização da assistência  Qualidade de vida  Musicoterapia  Estudos interdisciplinares 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:doença renal crônica | Equipe interdisciplinar de saúde | Humanização da assistência hospitalar | música | Qualidade De Vida | Unidades Hospitalares de Hemodiálise | Nefrologia

Resumo

A doença renal crônica (DRC) é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil e no mundo. Em seu estadio terminal a vida só poderá ser mantida por terapia renal substitutiva (hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal). A DRC é acompanhada por altos índices de morbidade e mortalidade, levando a perdas substanciais de anos de vida produtiva e gastos enormes para o Sistema Único de Saúde (SUS) e da saúde suplementar. Hoje há no Brasil mais de 95.000 indivíduos em tratamento dialítico, 90% deles submetidos a 4 horas de hemodiálise, três vezes por semana, em centros de hemodiálise. Além dos sintomas próprios da doença, os indivíduos com DRC convivem com as inúmeras adaptações pessoais, familiares e de suas relações sociais, comprometendo seu estado emocional e sua qualidade de vida. A perspectiva da doença incurável e a proximidade da morte produzem complexos transtornos psicológicos, num ciclo de acontecimentos negativos que permeiam suas vidas e de seus familiares. A proposta de trabalho dos Músicos do Elo em ambientes hospitalares, por ser uma experiência exitosa em vários serviços de geriatria, de cuidados paliativos, de pediatria, na Europa, vem ao encontro das necessidades dos pacientes em hemodiálise. Ao trazer aos indivíduos em hemodiálise a presença dos músicos e da sua música, vamos tirá-los da condição de profunda preocupação, ansiedade e dependência da máquina. Envolvendo-os no ato musical, resgatamos sentimentos positivos e harmoniosos de experiências passadas e a preocupação e a sombra da morte são afastadas. Os profissionais de saúde do centro de hemodiálise e os familiares dos pacientes também serão alvos da atenção dos Músicos do Elo, criando uma atmosfera de trabalho acolhedora. Acreditamos que esta ação humanizadora no ambiente da hemodiálise irá resultar em melhora das condições psicológicas, da percepção de saúde e da qualidade de vida dos pacientes e familiares.O trabalho dos Músicos do Elo difere das diversas abordagens de outros músicos presentes nos hospitais. Distingue-se dos musicoterapeutas que visam participar do processo terapêutico, mas aproxima-se destes ao almejar o bem estar psicoafetivo dos pacientes. Os Músicos do Elo não concentram o seu trabalho apenas no pacientes, mas abordam o serviço de maneira global, tendo como alvo de atuação todas as pessoas presentes, o ambiente sonoro na sua dimensão relacional. Os Músicos do Elo diferem dos animadores musicais, pois incorporam na sua metodologia de trabalho diversas dimensões da comunicação não verbal, a dimensão cinésica, proxêmica e tacêsica, pois sabemos que apenas 7% dos pensamentos e emoções são transmitidas pelas palavras. Diferem do músico de cena fazendo concertos ou shows em hospitais, pois se consideram interlocutores, parceiros das pessoas encontradas e não o centro das atenções. Sua intervenção musical é fundamentada em uma posição ética, filosófica e estética que visa resgatar a centralidade de cada pessoa presente nas instituições, inclusive a sua própria! Os Músicos do Elo são profissionais experientes que recebem formação teórica e prática por um ano. O Prof. Flusser criou o primeiro diploma universitário de músicos intervenientes na Europa, na Universidade de Estrasburgo. Com a sua colaboração, a Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde - PUC/SP, campus de Sorocaba, poderá oferecer o primeiro curso de formação de Músicos do Elo no Brasil, um trabalho pioneiro de prática interdisciplinar de profissionais da cultura e da saúde em projetos de humanização hospitalar. Assim, o objetivo central do projeto será formar profissionais (Músicos do Elo) que possam intervir no processo de humanização dos centros de hemodiálise e de outras áreas de cuidados hospitalares, difundindo este trabalho na região. O registro cinematográfico será fundamental para a divulgação do trabalho em congressos nacionais e internacionais da especialidade e encontros multidisciplinares, multiplicando os resultados. (AU)

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