Auxílio à pesquisa 13/10327-7 - Desigualdade educacional, Acesso à educação - BV FAPESP
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Ampliação do acesso ao ensino superior privado lucrativo brasileiro: um estudo sociológico com bolsistas do ProUni na cidade de São Paulo

Processo: 13/10327-7
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Sociologia - Outras Sociologias Específicas
Pesquisador responsável:Wilson Mesquita de Almeida
Beneficiário:Wilson Mesquita de Almeida
Instituição Sede: Faculdade de Educação (FE). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Desigualdade educacional  Acesso à educação  Ensino superior  Programa Universidade para Todos (PROUNI)  Setor privado  Publicações de divulgação científica  Produção científica  Livros 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:acesso ao ensino superior | Desigualdades Educacionais | Ensino Superior Privado | Programa Universidade para Todos | ProUni | Acesso e Permanência no Ensino Superior

Resumo

A pesquisa tem como objeto empírico o Programa Universidade para Todos (ProUni), implementado no ano de 2005, em nível federal, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Foi empregada a metodologia qualitativa na análise tanto das entrevistas quanto dos questionários aplicados - cinquenta bolsistas de instituições privadas de ensino superior e cursos distintos da cidade de São Paulo. Como técnica para reconstrução das evidências empíricas, utilizou-se o estudo de caso. Buscou-se uma abordagem sociológica do Programa Universidade para Todos, no sentido de compreendê-lo diferentemente de outras pesquisas e estudos que enfatizam, estritamente, seu caráter "privatizante" sem considerar e, também, integrar, outras dimensões como as vicissitudes do acesso e da permanência de jovens de baixa renda provenientes do ensino médio público, as particularidades dos processos seletivos, a emergência de um novo perfil social de estudante universitário, a reconstrução histórica e a metamorfose recente pela qual passa o setor privado de educação superior e como esta mudança se articula com o surgimento do ProUni, a pouca permeabilidade do ensino superior público às demandas legítimas desses trabalhadores-estudantes que constituem o grosso dos bolsistas, a reflexão sobre a qualidade da maior parte das instituições participantes e suas relações com o processo de "democratização do acesso" em curso, dentre outros elementos. A natureza do objeto exigiu traçar, em perspectiva histórica, a constituição e consolidação do que qualifico como ensino superior privado lucrativo brasileiro e, também, avançar na compreensão da recente metamorfose desse segmento, que desde o fim da década de 90 e início dos anos 2000 vem ganhando nova configuração com a atuação de grandes grupos nacionais e internacionais. A parte analítica dos dados obtidos com a aplicação das técnicas de investigação orientou-se pela articulação de quatro eixos temáticos com o objetivo de reconstruir as condições familiares e de trabalho, bem como as experiências de acesso e permanência dos bolsistas no ensino superior privado lucrativo. A sistematização dos pontos convergentes e divergentes entre os pesquisados permitiu captar as singularidades desses estudantes, o que propiciou, assim, visualizar nuances nessa política pública que, regularmente, é vista de forma homogênea e, muitas vezes, acriticamente. Ao longo da tese, são destacados vários aspectos heterogêneos que marcam os percursos dos bolsistas: apreensão de características socioeconômicas diferenciadas entre os estudantes, tipos distintos de instituições em que os alunos estudam, formatos díspares dos cursos que frequentam, dentre outros elementos. Os dados empíricos coligidos e analisados sugerem diferenças importantes entre três subgrupos de bolsistas (bacharelandos, licenciandos e tecnólogos), com acentuada positividade para os bacharelandos no que se refere à formação escolar, origem social e econômica, bem como condições culturais. Assim, esse subgrupo de entrevistados acessa cursos e universidades mais prestigiados quando se compara com os outros dois agrupamentos formados pelos licenciandos e tecnólogos, estes em posições sociais mais desvantajosas. (AU)

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