Resumo
O transplante de órgãos tem evoluído como o tratamento de escolha para muitos pacientes em estágio final da doença. Entretanto, estudos clínicos evidenciam diferenças no prognóstico de curto e de longo prazo em transplantes de diferentes órgãos devidas ao gênero do doador. Evidências clínicas e experimentais ressaltam também o impacto da morte encefálica sobre a viabilidade do órgão a ser transplantado e evidenciam a importância do estado do doador nos resultados finais do transplante. A morte encefálica desencadeia a ativação do sistema imune, caracterizada pelo aumento na expressão de mediadores inflamatórios, incluindo citocinas, quimiocinas e moléculas de adesão, e por infiltrado celular inflamatório representado pela presença de macrófagos, leucócitos polimorfonucleares e linfócitos T no coração, pulmão, rim e fígado. Embora existam evidências de que a resposta imune (inata e adaptativa) difira entre homens e mulheres, o dimorfismo sexual não recebe atenção merecida como potencial fator para o entendimento das diferentes respostas imunes observadas entre homens e mulheres. Os hormônios sexuais podem exercer atividade moduladora da resposta inflamatória. A atividade inflamatória pode contribuir para a deterioração hemodinâmica e orgânica; alterações imunológicas favorecem o aparecimento posterior de fenômenos de rejeição no receptor. Os esteróides sexuais podem também exibir efeitos diretos sobre as células do sistema imune. Resultados preliminares obtidos com ratas indicaram diferenças na mobilização celular após a indução da morte encefálica. A partir da idéia de que o dimorfismo sexual existe na resposta do sistema imune à morte encefálica e que pode ser responsável pelas diferenças encontradas no prognóstico de transplantes de órgãos, o plano de estudo que ora apresentamos propõe estudar as diferenças existentes entre os gêneros nas alterações microcirculatórias e na evolução do processo inflamatório nos diferentes órgãos em modelo de morte encefálica em ratos. (AU)
Publicações científicas
(4)
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
BONNANO ABIB, ANA LUISA DE OLIVEIRA;
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