Investigação de um possível circuito funcional envolvendo microRNAs, MITF, miosina...
- Auxílios pontuais (curta duração)
Processo: | 14/18189-5 |
Linha de fomento: | Auxílio à Pesquisa - Regular |
Vigência: | 01 de novembro de 2014 - 30 de junho de 2017 |
Área do conhecimento: | Ciências Biológicas - Bioquímica - Biologia Molecular |
Pesquisador responsável: | Enilza Maria Espreafico |
Beneficiário: | Enilza Maria Espreafico |
Instituição-sede: | Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). Universidade de São Paulo (USP). Ribeirão Preto , SP, Brasil |
Assunto(s): | Tumores neuroectodérmicos Melanoma Metástase neoplásica Apoptose Movimento celular Miosina tipo V Inativação gênica |
Resumo
Ganho de capacidade invasiva e resistência à morte celular estão entre os principais requisitos para a metástase e embora várias linhas de evidência sugerem um papel para a miosina-Va neste processo, a relevância in vivo e os mecanismos continuam elusivos. A miosina-Va é superexpressa ao longo da progressão tumoral em melanoma e seu silenciamento por RNAi em células de melanoma inibe o crescimento independente de ancoragem, a migração e invasão in vitro (Alves et al., J. Inv. Dermatol., 2013). A superexpressão de um fragmento da miosina-Va (MVaf) contendo a região ligante de DLC2, em células de melanoma, induz apoptose de maneira dependente dos fatores pró-apoptóticos BMF/BIM e BAX/BAK, e é capaz de atenuar o crescimento tumoral em modelo murino (Izidoro-Toledo and Borges et al., Cell Death and Disease, 2013). Estudos recentes de nosso laboratório, ainda não publicados, sugerem que a miosina-Va interage com a quinase de adesão focal (FAK) e participa na dinâmica das adesões focais. Além disso, a expressão gênica de MYO5A é ativada por MITF, um fator de transcrição envolvido na progressão do melanoma, e mRNA para MYO5A é alvo de miR-145, um microRNA com função supressora de metástase. Outros grupos mostraram que a depleção de DLC2 causa a morte seletiva de células com mutação oncogênica em KRAS. Mutações no gene MYO5A estão associadas a vários tipos de câncer e a miosina-Va parece também promover a resistência a drogas e a migração celular in vivo. Sendo assim, o objetivo central desse projeto é estudar a contribuição da miosina-Va na cascata de invasão e metástase e na resistência a drogas em câncer, utilizando para análise o sistema IVIS spectrum e o sistema de microscopia multifóton, além do uso de bioinformática para explorar bancos de dados de sequenciamento e expressão gênica produzidos em larga escala. Diversos mecanismos moleculares serão explorados para melhor compreensão do papel da miosina-Va nos processos de sobrevivência celular e migração, entre eles, os mecanismos subjacentes à participação da miosina-Va na desmontagem e remontagem das adesões focais; análise do controle da expressão de miosina-Va em melanócitos/melanoma, centrando em sua relação com MITF e miR-145, um microRNA caracterizado como supressor de tumor e que tem o mRNA da miosina-Va como alvo; papel no tráfego vesicular relacionado a funções lisossomais, como efetor da GTPase RAB27A na liberação de exossomos, em funções envolvendo transportadores ABC e resistência a drogas. Propomos interferir na função da miosina-Va/DLC2 por shRNA, através da expressão de fragmentos da miosina-Va e com o uso de peptídeos ou pequenas drogas que possam romper o complexo ternário miosina-Va/DLC2/Bmf ou interferir na interação miosina-Va/melanofilina/Rab27a, miosina-Va/PTEN ou miosina-Va/FAK. Compostos sintéticos ou naturais serão selecionados através de docking molecular virtual nas estruturas dessas macromoléculas. Assim, esperamos contribuir para compreensão de como as funções da miosina-Va influenciam a malignidade tumoral, bem como explorar as possibilidades do desenvolvimento de novas moléculas e estratégias com potencial terapêutico. (AU)