A identidade do voluntário no mundo do trabalho: construção de um novo perfil
- Auxílios pontuais (curta duração)
Processo: | 14/19701-1 |
Linha de fomento: | Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil |
Vigência: | 01 de dezembro de 2014 - 31 de maio de 2016 |
Área do conhecimento: | Linguística, Letras e Artes - Linguística - Linguística Aplicada |
Pesquisador responsável: | Walkyria Maria Monte Mór |
Beneficiário: | Walkyria Maria Monte Mór |
Instituição-sede: | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil |
Assunto(s): | Cultura (sociologia) Linguagem |
Resumo
Para os movimentos sociais, e principalmente o MST, o acesso ao poder, na sociedade atual, pode se dar pelo domínio de práticas discursivas possibilitadas por duas poderosas ferramentas: a língua inglesa e as novas tecnologias de comunicação. No entanto, ao usá-las, o MST coloca em xeque sua própria identidade, já que muitas vezes essas práticas discursivas estão relacionadas com seus adversários (ou seus Outros). O objetivo deste trabalho é analisar conflitos identitários no MST gerados pelo uso da língua inglesa e das novas tecnologias na articulação de uma resistência local e global a forças culturais, políticas e sociais hegemônicas, levando-se em consideração o contexto em que o movimento atua e no qual sua identidade é construída. Este trabalho se apoia sobre quatro temas principais: cultura, identidade, línguas e novas tecnologias. Cultura e identidade são conceitos dinâmicos e instáveis. Línguas e novas tecnologias não podem ser vistas como meras ferramentas. Elas desempenham um papel ativo na construção da identidade do sem-terra e estão estreitamente vinculadas à cultura. Portanto, uma ênfase nos conflitos pode ser útil para a promoção de reflexões e reconsiderações acerca dos conceitos de linguagem, cultura e identidade. Globalização e nacionalismo são temas que também recebem atenção considerável, já que o MST produz um forte discurso em favor das tradições culturais nacionais, o qual, por sua vez, está cada vez mais sendo contestado pela globalização econômica e cultural em processo atualmente. Narrativa, religião e ambientalismo são também aspectos analisados. A partir da pesquisa, foi possível concluir que conflitos e contradições, na ação ou na auto-representação,contribuem para intensificar a pluralidade do movimento e tanto refletem quanto definem as identidades dos sem-terra. A análise foi feita a partir de textos da página do MST na Internet e de boletins eletrônicos elaborados pelo movimento e por grupos a ele relacionados. Texto, neste caso, é entendido como sendo multimodal, de modo que imagens e outros modos de produção de significado foram também investigados. Foram analisados ainda textos impressos, retirados de suas publicações: Revista Sem Terra, de circulação bimestral, e Jornal Sem Terra, publicado mensalmente. Outras fontes também foram adotadas, como entrevistas com membros do movimento e um diário de campo elaborado a partir de visitas a assentamentos, secretarias e manifestações do MST. (AU)