Auxílio à pesquisa 15/11173-9 - Literatura portuguesa, Século XVII - BV FAPESP
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Uriel da Costa e a nação portuguesa: edição diplomática e estudo do Exame das tradições fariseias

Processo: 15/11173-9
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Área do conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Letras - Outras Literaturas Vernáculas
Pesquisador responsável:Adma Fadul Muhana
Beneficiário:Adma Fadul Muhana
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Literatura portuguesa  Século XVII  Judeus  Portugal  Amsterdã  Publicações de divulgação científica  Produção científica  Livros 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:edição diplomática | Judeus portugueses | Nação portuguesa de Amsterdã | Portugal | seculo XVII | Uriel da Costa | Literatura Portuguesa século XVII

Resumo

Não obstante sua adoção do judaísmo, Uriel-Gabriel da Costa (ca.1585-1640) manteve íntegro seu pertencimento ao mundo ibérico, o que não foi raro na nação portuguesa em diversas partes da Europa. Os estatutos da nação de Amsterdã segregavam seus membros dos de outras comunidades judaicas, proibindo casamentos com os dessas nações - embora não com outros cristãos da Península. Seus membros constituem-se assim maiormente como portugueses desterrados de sua pátria - e não ainda sefarditas, como a história do judaísmo mais tarde os definirá. Desse ponto de vista, no século XVII, a nação portuguesa abrigou descendentes de judeoconversos, ou cristãos-novos, cuja ascendência judaica se resumia muitas vezes (segundo os próprios e sistemáticos arquivos inquisitoriais) a um-oitavo, ou meio-oitavo de "sangue" judeu. Desconhecendo os princípios da religião judaica, esses expatriados se tornaram judeus-novos, que se indignavam com o judaísmo histórico que descobriam, insistindo em manter laços com parentes e instituições da Península católica. Está é a razão por que tantos protagonizaram dissidências e foram enhermados (excomungados) pelas autoridades religiosas judaicas, além daqueles que deixaram por fim o judaísmo para se converter ao protestantismo. O caso de Uriel da Costa foi ao extremo e seu suicídio escandalizou a comunidade ao pôr à mostra o proselitismo judaico sobre esses descendentes de cristãos-novos. Sua obra Exame das Tradições Fariseias (1624), mandada queimar pelos rabinos de Amsterdã e da qual um exemplar foi encontrado há poucos anos, merece ser estudada e relida sob essa perspectiva. Aí, como jurista e a modo dos caraítas, Uriel da Costa põe em questão a interpretação da sinagoga acerca do texto bíblico, propondo que apenas a Lei dada a Moisés e fixada na Escritura sagrada devia ser seguida. Nesse sentido, rejeita as noções da imortalidade da alma e da ressurreição dos mortos, centrais tanto para a teologia judaica como para a cristã, por considerá-las ausentes das escrituras autênticas. O livro que aqui se propõe consiste em um estudo amplo da obra de Uriel da Costa no interior da comunidade portuguesa-judaica de Amsterdã, trazendo junto uma edição diplomática do referido "Exame das tradições fariseias", livro inexistente nas bibliotecas brasileiras. (AU)

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