Auxílio à pesquisa 16/06840-9 - Patrimônio imaterial, Patrimônio cultural - BV FAPESP
Busca avançada
Ano de início
Entree

Fazer musical e patrimônio cultural africano em São Paulo

Processo: 16/06840-9
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Pesquisador Visitante - Internacional
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Antropologia
Pesquisador responsável:Rose Satiko Gitirana Hikiji
Beneficiário:Rose Satiko Gitirana Hikiji
Pesquisador visitante: Jasper Morgan Chalcraft
Instituição do Pesquisador Visitante: University of Sussex (US), Inglaterra
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Patrimônio imaterial  Patrimônio cultural  Etnomusicologia  Música  Intercâmbio de pesquisadores 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:fazer musical | Imigração africana | música e localidade | Patrimônio Imaterial | Antropologia musical; Antropologia da performance e Patrimônio imaterial (Heritage studies)

Resumo

A vinda do pesquisador Jasper Chalcraft a São Paulo tem como objetivo o desenvolvimento do projeto de pesquisa "Fazer musical e patrimônio cultural africano em São Paulo", que está sendo realizado em parceria com Rose Satiko Gitirana Hikiji, professora do Dep. Antropologia da USP, como parte do projeto temático "O fazer musical local", coordenado pela professora titular da Unicamp Suzel Reily. Jasper Chalcraft integra a equipe de pesquisadores deste projeto temático e realizará, além da pesquisa de campo para o projeto em questão, um workshop para a equipe do projeto temático, bem como palestras no Departamento de Antropologia da USP e no Centro de Preservação Cultural da USP (CPC-USP). O projeto "Fazer musical e patrimônio cultural africano em São Paulo" tem como objetivo discutir os significados de ser africano no Brasil: como os imigrantes de diferentes países africanos se identificam e expressam identidades culturais? Como negociam/percebem as políticas locais de representação racial? Como a música e a localidade são utilizadas na construção de narrativas de identidade? Como se dá a experiência da migração para o Brasil a partir de países tão diversos como Angola, Cabo Verde, Nigéria, Senegal, Togo? Esse fenômeno recente tem crescido significativamente nos últimos anos: em 2000, viviam no Brasil 1.054 africanos regularizados de 38 nacionalidades, e em 2012 anos já eram 31.866 cidadãos legalizados provenientes de 48 das 54 nações do continente. A maior parte dos imigrantes africanos deixa seus países por razões econômicas, mas tem crescido o número de refugiados em busca de asilo em virtude de situações de guerra civil, provenientes principalmente de Angola, da República Democrática do Congo e da Nigéria (5882 pedidos em 2013). As principais nacionalidades solicitantes de refúgio em 2014 são Senegal, Nigéria, Síria e Gana. O projeto tem como objetivo pensar os significados do fazer musical para esta jovem geração de imigrantes africanos no Brasil, especificamente em São Paulo, local que atrai importante parte desta corrente migratória. Interessa-nos acompanhar histórias de vida de imigrantes que chegam a São Paulo nos últimos anos, e entender de que maneira a música constitui a experiência de se tornar/perceber africano no Brasil. Por música entendemos, como Small (1998), diferentes tipos de ação, modos de organizar sons em significados, sistemas de comunicação; musicking é o conceito criado pelo autor para denotar "um encontro humano". A performance musical é portanto um encontro entre pessoas e, como todo encontro humano ocorre em um ambiente físico e social. A música tem sido observada como uma das prioridades dos imigrantes africanos, além da busca pelo trabalho e por moradia: grupos musicais tem se formado na cidade de São Paulo, alguns com integrantes provenientes de diversos países africanos. Encontramos em São Paulo diversos grupos que tem se reunido e realizado shows, como a banda Esperança, do Togo, Os Escolhidos, com músicos de Angola e Congo, além de músicos que já atuam no circuito profissional, como Lenna Bahule, cantora moçambicana há três anos em São Paulo, entre outros. Entendemos que o fazer musical não se restringe à atividade dos grupos que se organizam de forma amadora ou profissional. Tanto quanto compor, praticar, ensaiar e se apresentar, escutar, colecionar, compartilhar, produzir mídias com música são práticas do musicar que se tornam específicas dada a experiência transatlântica destes imigrantes. Quais são as músicas guardadas na memória destes imigrantes? De que forma o contato com a música produzida hoje em suas localidades de origem contribuem para a construção de sua experiência de diáspora? Como tais músicas dialogam com sonoridades e músicas locais? Quais as práticas musicais experimentadas na vida nas ruas do centro ou da periferia de São Paulo? De que formas as identidades pan-africanas são articuladas? (AU)

Matéria(s) publicada(s) na Agência FAPESP sobre o auxílio:
Mais itensMenos itens
Matéria(s) publicada(s) em Outras Mídias ( ):
Mais itensMenos itens
VEICULO: TITULO (DATA)
VEICULO: TITULO (DATA)