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Ética do cuidado e construção de direitos: acolhimento psicossocial em práticas da saúde da família em situações de exclusão social

Processo: 16/23973-2
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Vigência: 01 de maio de 2017 - 30 de abril de 2019
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Psicologia - Psicologia Social
Pesquisador responsável:Carlos Roberto de Castro e Silva
Beneficiário:Carlos Roberto de Castro e Silva
Instituição Sede: Instituto de Saúde e Sociedade (ISS). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Baixada Santista. Santos , SP, Brasil
Pesquisadores associados:Fernanda Flávia Cockell Silva ; Lia Thieme Oikawa Zangirolani
Assunto(s):Exclusão social  Saúde pública 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Acolhimento psicossocial | Direitos sociais básicos | estratégia de saúde da família | Ética do cuidado | Exclusão Social | Psicologia sócio-histórica e cultural | Saúde Pública

Resumo

A implantação da Estratégia de Saúde da Família (ESF), em mais de vinte anos, tem se deparado com muitas dificuldades de consolidação como reorganizadora das ações do sistema de saúde. A determinação social da saúde tem sido um dos principais obstáculos à efetividade de suas ações, evidenciando as consequências da desigualdade social. Consideramos, então, necessário dirigirmos nossos olhares para questões estruturais de nossa sociedade, ou seja, de enfrentamento de uma logica capitalista neoliberal excludente e perversa, a qual dirime as responsabilidades do Estado quanto aos direitos básicos do cidadão, consequentemente colocando em risco as conquistas do Sistema Único de Saúde (SUS). Em consequência percebemos um maior distanciamento da ESF das reais necessidades das pessoas e das comunidades, acirrando-se em contextos marcados pela exclusão social. Neste sentido apostamos na valorização da intersubjetividade como uma estratégia de aproximação do modo de vida e das necessidades concretas de pessoas e comunidades. Na perspectiva da psicologia sócio histórica, a afetividade é uma categoria de análise de produção da subjetividade compreendida através da interação entre a vivência singular dos sujeitos e o contexto sócio histórico e cultural. A partir da ética do cuidado consideramos possível aprofundar a dimensão da intersubjetividade enquanto estratégia de valorização dos direitos humanos e sociais nas praticas em saúde, pois pretendemos uma articulação entre a esfera das relações cotidianas e afetivas com princípios éticos e políticos que buscam o enfrentamento das injustiças sociais. Estas questões que a ética do cuidado coloca a partir de filosofas feministas contribuem para o aprofundamento da discussão sobre a ética da libertação proposta por Dussel, pois, buscamos um olhar para o outro que o humaniza e o respeita como cidadão. A partir de atividades de ensino, extensão e pesquisa, desde 2009, tem sido possível uma inserção frequente e intensa na rotina de unidades de saúde da família e nos territórios de municípios da Baixada Santista. Esta aproximação teve inicio por meio de atividades de extensão voltadas ao agente comunitário de Saúde (ACS) com a finalidade de dar suporte psicossocial, devido ao sofrimento decorrente da rotina de trabalho. Situação esta que se torna mais delicada devido ao lugar de mediação que este ocupa entre o serviço de saúde e a comunidade. Notamos que o principal recurso das ações dos ACS é a construção de vinculo afetivo, construída a partir das visitas domiciliares, as quais visam o acolhimento e escuta sensível. Entretanto observamos que muito pouco do vinculo construído com o usuário do serviço de saúde se reverte em aprofundamento do conhecimento sobre o processo de saúde- doença e cuidado das pessoas. Desta forma cogitamos a hipótese geral de que há uma cisão entre o cuidado, na dimensão do vinculo afetivo e social, baseado no acolhimento e escuta sensível, e a construção de práticas em saúde como um direito do cidadão, resultando em uma desqualificação da principal prerrogativa da ESF, a qual visa um atendimento integral ao sujeito e a comunidade, além disso, reitera a cisão entre técnica (práticas em saúde calcadas numa visão biomédica) e a politica (fraca politização de ações em saúde enquanto direito básico do cidadão). Assim este estudo tem como objetivo geral analisar e discutir as práticas de cuidado à luz do fortalecimento de direitos básicos ou da ética de princípios, a partir de ações da ESF em território vulnerável. Especificamente, compreender os sentidos atribuídos ao cuidado de si, do outro, da comunidade e as ações da ESF no território. Esta pesquisa de caráter qualitativo pretende incrementar processos de conscientização e propostas de intervenção psicossocial. Resultando em contribuições para o fortalecimento das politicas publicas da atenção primária em saúde. (AU)

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Publicações científicas (7)
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
CARLOS ROBERTO CASTRO-SILVA. Ética do cuidado e política: contribuições do legado de Maria de Lourdes Pintasilgo. Saúde debate, v. 43, p. 262-272, . (16/23973-2)
CARLOS ROBERTO CASTRO-SILVA. Ética do cuidado e política: contribuições do legado de Maria de Lourdes Pintasilgo. Saúde debate, v. 43, p. 262-272, . (16/23973-2)
CLAUDIA CAMILO; EDNA KAHHALE; MARIA LUÍSA FERREIRA; MARIANA SCHVEITZER. Cuidado em território de exclusão social: covid-19 expõe marcas coloniais. Saúde e Sociedade, v. 30, n. 2, . (16/23973-2)
CARLOS ROBERTO DE CASTRO-SILVA; AUREA IANNI; ELAINE FORTE. Desigualdades e subjetividade: construção da práxis no contexto da pandemia de covid-19 em território vulnerável. Saúde e Sociedade, v. 30, n. 2, . (16/23973-2)
HAILTON YAGIU; CARLOS ROBERTO CASTRO-SILVA; ANTONIO EUZEBIOS FILHO; SUELI TEREZINHA FERRERO MARTIN. Participação social de lideranças comunitárias em um contexto de desigualdade social e no enfrentamento da pandemia da COVID-19: um enfoque psicossocial. Saúde e Sociedade, v. 30, n. 2, . (16/23973-2)
MILENA DIAS CORRÊA; LUDMILA DE MOURA; LUCIANE PINHO DE ALMEIDA; ILZE ZIRBEL. As vivências interseccionais da violência em um território vulnerável e periférico. Saúde e Sociedade, v. 30, n. 2, . (16/23973-2)
CARLOS ROBERTO CASTRO-SILVA; DANILO DE MIRANDA ANHAS; KARINA RODRIGUES MATAVELLI ROSA; LAIS HELENA DUTRA; LIA THIEME OIKAWA ZANGIROLANI; LUCIANE MARIA PEZZATO. QUANDO FALAMOS DE CUIDADO, DO QUE ESTAMOS FALANDO? ENTREVISTA COM ILZE ZIRBEL. Psicologia & Sociedade, v. 33, . (16/23973-2)

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