Resumo
O metabolismo de glicose se adapta à gestação e lactação em várias espécies, incluindo equinos. Essa adaptação envolve tanto o desenvolvimento progressivo fisiológico de resistência à insulina no tecido alvo, quanto o aumento na secreção de insulina pelas células ² pancreáticas. A resistência à insulina e a hiperinsulinemia juntamente com obesidade ou aumento da adiposidade regional formam os três componentes principais da chamada Síndrome Metabólica Equina (SME), que causa consequências em diversos sistemas do organismo, podendo levar à laminite, problemas de fertilidade em éguas e garanhões, maior risco de distocias e aumento da chance de doenças ortopédicas e deformidades angulares em potros provenientes de éguas com SME. Em humanos, é bem conhecido que devido às adaptações hematobioquímicas da gestação, os valores de referência em exames laboratoriais são diferentes entre mulheres gestantes e não gestantes. Devido à algumas características da espécie, como duração da gestação, possibilidade de monitoramento não invasivo e longevidade da prole, a égua gestante é um excelente modelo experimental para estudos bioquímicos em humanos. Em equinos, nenhum trabalho até o momento avaliou a tolerância à glicose, a resposta insulinêmica, assim como a insulina basal ao longo da gestação, não havendo portanto valores de referência para que se possa diagnosticar uma égua gestante como resistente à insulina e/ou portadora de diabetes mellitus gestacional (DMG). O objetivo desse projeto é avaliar as concentrações basais de insulina, glicose, triglicérides, ácidos graxos não esterificados (AGNE), cortisol, leptina, resistina, adiponectina, interleucina 6, (IL-6), interleucina 10 (IL-10) e fator de necrose tumoral ± (TNF±), além de peso, escore de condição corporal (ECC), escore de crista de pescoço (ECP) e espessura de gordura subcutânea em éguas durante a gestação (0, 55, 110, 165, 220, 275, 330 dias) até 21 dias pós parto (início da lactação). Serão determinadas também as curvas de insulina e glicose após desafio glicêmico por teste oral de tolerância à glicose. A sensibilidade à insulina será determinada por meio da utilização do inverso da raiz quadrada da insulina (RISQI) e a responsividade das células pancreáticas pela razão insulina-glicose modificada (MIRG). Com esse trabalho, espera-se elucidar os parâmetros fisiológicos em relação às dinâmicas de insulina e glicose, citocinas inflamatórios e outros marcadores metabólicos dos animais ao longo da gestação, visando estabelecer valores de referência, possibilitando assim o diagnóstico de problemas metabólicos da gestação e o estabelecimento de possíveis tratamentos. (AU)
Publicações científicas(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
BELLI, C. B.;
FONTE, J. S.;
TORRES, L. N.;
GONDIN, M. R.;
MAIORKA, P. C.;
FERNANDES, C. B.
Mammary botryomycosis: two concomitant cases in mares: case report.
Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia,
v. 70,
n. 2,
p. 342-346,
MAR-APR 2018.
Citações Web of Science: 0.