Auxílio à pesquisa 17/11448-3 - História da psicanálise, Antropologia - BV FAPESP
Busca avançada
Ano de início
Entree

Psicanálise existencial, existencialismo e história: a dimensão sócio-material e a autenticidade no processo da construção de si

Processo: 17/11448-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2017
Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2018
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - História da Filosofia
Pesquisador responsável:Luiz Roberto Monzani
Beneficiário:Luiz Roberto Monzani
Instituição Sede: Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
Assunto(s):História da psicanálise  Antropologia  Existencialismo  Moral  Livros  Publicações de divulgação científica 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Antropologia | autenticidade | História | moral | Processo de Personalização | Psicanálise Existencial | Psicanálise, Existencialismo, Antropologia

Resumo

Toda existência implica em duas estruturas definidoras do processo de subjetivação: a temporalidade e a historicidade. O "tempo humano" é vivido historicamente e, sendo assim, é preciso investir nas potencialidades da subjetividade sem desconsiderar o indivíduo sob o "peso" da História. A psicanálise existencial, o existencialismo sartriano e o conceito de História - percorrendo as aventuras filosóficas de Sartre em L'être et le néant (EN), nos Cahiers pour une morale (CM), em Questions de méthode (QM) e no L'idiot de la famille (IF) - possibilitarão estabelecer os caminhos necessários para se compreender uma singularidade concreta na perspectiva da relação universal-singular: será a relação indivíduo-sociedade enquanto vivência da sociabilidade. Este sujeito será apreendido como um universal singularizado, um universal concretizado (incorporado) em uma singularidade concreta, auto-constituída e constituída pela realidade de seu entorno. Compreender a subjetividade é compreender o processo de subjetivação, identificando subjetividade e liberdade para que o indivíduo jamais seja coisa, mas uma liberdade dada pelo prisma da ação. Não se pretende pensar aqui o sujeito como "entidade subjetiva" (substância pensante) e sim analisar o homem na perspectiva de um processo de personalização, de uma liberdade existindo em ato (livre) visando um fim que se deseja realizar (concretamente, no mundo).O "processo de personalização" é praxis - não há como o sujeito deixar de agir -, é movimento (tensão, ação) e compromisso diante de situações objetivas. É neste sentido que o sujeito será solicitado a assumir uma posição frente às "resistências" que o mundo oferece à sua liberdade. O mundo, sendo aquilo pelo qual a escolha da liberdade torna-se, pela liberdade, destino, existirá como um em-si, mas em relação com o para-si, adquirindo sentido, significado e valor. Será o sujeito colocando-se diante dos fatos - pela mediação das representações destes fatos - sem que ele se torne inessencial perante eles: o homem é o ser cuja aparição faz com que um mundo exista e mesmo a imitação interior da exterioridade, mesmo a alienação, supõem a liberdade. O para-si, ser-no-mundo e desejo de ser, procurará instaurar em si uma "imobilidade" ("estabilidade", "inércia", "identidade", "¾¹Â"), isto é, uma particularidade (singularidade concreta) envolvendo a complexidade do universal e tornando-se, diante dela, inerte: o indivíduo será a síntese viva do universal que, por sua vez, o "determinará" (projeto inautêntico, má-fé). Neste contexto, ao falar de interiorização e de exteriorização, encontrar-se-á um problema: a exteriorização se dará por uma práxis sistematizada (institucionalizada - sistema normativo -, estruturada socialmente, politicamente e economicamente). Deste modo, a psicanálise existencial (enquanto meio, disciplina auxiliar, instrumento), o existencialismo sartriano e a História permitirão construir a imagem de um sujeito que se esforçará a apreender a si mesmo para além de uma ¾¹Â, ou melhor, a construir a imagem de um sujeito (autônomo e autêntico) que se compreenderá a partir do movimento dialético entre dois polos indissociáveis: a liberdade e a determinação. Esta relação dialética entre o passado e a constituição do futuro implicará no caráter dialético da situação, na relação fundamental entre seres humanos realizando-se dialeticamente no mundo da matéria humanizada. Será, por fim, por intermédio da psicanálise existencial que se encorajará o sujeito a passar da ¾¹Â à práxis, a pensar sua singularidade concreta como "essencial", a não fazer desaparecer esse vivido real ao conhecer ou perceber (perpetuamente) seu si: a materialidade do mundo e a História não poderão aniquilar os vividos. Com isso, desejar-se-á, ao menos, preparar uma sociedade não fundada sobre a autodomesticação do homem, mas sobre sua soberania. (AU)

Matéria(s) publicada(s) na Agência FAPESP sobre o auxílio:
Mais itensMenos itens
Matéria(s) publicada(s) em Outras Mídias ( ):
Mais itensMenos itens
VEICULO: TITULO (DATA)
VEICULO: TITULO (DATA)