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O cancioneiro latino-americano no Século XX. Do folclore à militância

Processo: 17/19699-5
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no exterior
Vigência: 01 de dezembro de 2017 - 30 de novembro de 2018
Área do conhecimento:Ciências Humanas - História - História da América
Pesquisador responsável:Tania da Costa Garcia
Beneficiário:Tania da Costa Garcia
Instituição Sede: Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Franca. Franca , SP, Brasil
Assunto(s):Identidade  Música popular  Política  Sociedade  Publicações de divulgação científica  Livros 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:História | Identidade | música popular | Política | sociedade | Música e Identidade

Resumo

Este livro documenta os resultados alcançados pelas pesquisas financiadas por agência como FAPESP e CNPq, realizadas no decorrer da minha carreira docente, nos últimos 9 anos. Centro a discussão em dois momentos fundamentais da história da canção popular urbana na América do Sul: um primeiro, situado entre 1940 e 1950, caracterizado pela constituição e instituição de dado repertório como representante da cultura nacional atrelado às políticas oficiais e aos interesses de mercado; e, um segundo, entre os anos de 1960 e 1970, que, inspirado pelas ideologias de esquerda, se constitui como movimentos estético-ideológicos, apropriando-se da canção como discurso contra-hegemônico, com o propósito de alcançar o poder e revolucionar a sociedade. Considerando que os estudos relacionados à música ainda são recente na historiografia brasileira e latino-americana, o texto que abre o livro "História e Música: consensos, polêmicas e desafios" traça um breve panorama do estado da arte no campo, discutindo os suportes teórico-metodológico que embasam o estudo desse objeto polissêmico e interdisciplinar. A música, sobretudo a canção popular ao ser explorada como fonte e objeto da história, tem iluminado aspectos até então obscuros, pouco visitados pela historiografia mais tradicional. Na sequência, sob o tema "Do folclore aos meios de comunicação de massa: a canção popular como símbolo da nacionalidade", analiso as tensões e negociações envolvendo artistas, mercado e governo, que no Chile, no Brasil e na Argentina, entre os anos de 1940 e 1950, levaram a constituição, institucionalização e larga difusão, via meios de comunicação, de um cancioneiro folclórico nacional. A história da canção popular, na América Latina, esteve atrelada ao incremento do processo de urbanização que resultou numa sociedade mais complexa, com novos anseios políticos, econômicos, sociais e culturais; e ao lugar de destaque que os meios de comunicação conquistaram na vida dessas pessoas.A consagração de um seleto repertório como a música popular nacional, seria, anos mais tarde contestada ou reinterpretada, a partir de novas linguagens estéticas e proposições ideológicas inspiradas pelas utopias de esquerda. Datam da década de 1960 o surgimento da Nueva Canción Chilena, do Nuevo Cancionero Folclórico Argentino e da Moderna Música Popular Brasileira. Em A canção popular sob a égide do engajamento e da militância, tema do segundo bloco, diferentemente do primeiro em que traço uma relação mais intrincada entre os textos, detenho-me em três distintos momentos da canção comprometida na América do Sul. Assim, inicio com "Entre a Tradição e o engajamento: Atahualpa Yupanqui e a canção folclórica nos tempo de Perón", focando nas tensões entre o repertório do artista e à censura imposta pelo governo. Em "O nacional-popular e a militância de esquerda no Brasil e na Argentina nos anos 1960: uma análise comparativa do Manifesto do Centro Popular de Cultura e do Manifiesto del Nuevo Cancionero", discuto as proposições estéticas e ideológicas presentes nesses dois textos que funcionam como uma espécie de carta de intenções da música e da arte engajada, nos dois países. Já em "Tarancón: invenção sonora de um Brasil latino-americano", abordo os muros que nos separam e as pontes que nos unem à Nova Canção Latino-americana, num momento crítico da história da região em que as ditaduras militares estão no poder. Em Abílio Manoel e a ola latinoamericana no Brasil dos anos de 1970, enfoco mais uma vez a importância da canção latino-americana como forma de contestação às ditaduras do continente, num momento em que a música brasileira, era intensamente perseguida pela censura. A intenção maior desse livro é trazer para discussão uma temática ainda pouco explorada pelos estudos em História da América e um enfoque raramente contemplado pelas pesquisas na área de música: a canção popular latino-americana e seus diálogos com o Brasil (AU)

Matéria(s) publicada(s) na Agência FAPESP sobre o auxílio:
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