Resumo
Os moradores das cidades locomovem-se pelo espaço urbano para realizarem as mais diversas atividades e funções, bem como para adquirirem bens e serviços. No entanto, as possibilidades de deslocamento não se apresentam da mesma forma para todos, podendo ser favorecidas, ou não, pelo local de moradia em relação ao centro principal e também pelo poder aquisitivo, que define os meios pelos quais a circulação ocorrerá. O processo de (re)estruturação das cidades é dinâmico e envolve diferentes agentes que produzem e consomem o espaço urbano. Nos últimos anos, o surgimento de novas formas de assentamento, os loteamentos fechados e os condomínios horizontais, tem acentuado diferenças de mobilidade e acessibilidade, propiciando um alto grau de integração socioespacial para os que dispõem de transporte automotivo particular e um baixo grau de integração socioespacial para os que não dispõem dessas condições e encontram dificuldades de mobilidade no seu dia-a-dia. Em função desse quadro observa-se um acesso precário à cidade por parcela significativa da população. A análise dessas formas de produção do espaço urbano em cidades médias, onde mais recentemente podemos verificar a ocorrência dessas dinâmicas, é fundamental para se compreender as atuais configurações de sua morfologia urbana, marcada pela extensão e pela descontinuidade do tecido urbano e, também, sua estruturação, que pode ser, conforme as pesquisas indiquem, analisada a partir dos conceitos de segregação socioespacial e/ou de fragmentação urbana. Nesse contexto objetivamos, através da análise da interferência dessas formas de assentamento na mobilidade e na acessibilidade dos citadinos, oferecer alguns referenciais para entender a lógica que move o processo de produção, apropriação e consumo do espaço urbano em Marília. (AU)
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