Resumo
As células dendriticas (DCs), devido a sua capacidade única para iniciar uma resposta imune, induzir memória e quebrar a tolerância imunológica pré-estabelecida parecem ser a ferramenta celular ideal para a imunoterapia de tumores, o que vem sendo intensamente explorado nos últimos anos, mas com resultados ainda não completamente satisfatórios. Um dos pontos que poderia explicar esta insuficiência seria a ativação "inadequada" das DCs nos diferentes protocolos clínicos utilizados. Assim, neste projeto pretendemos estudar a eficácia da imunização contra Ags tumorais pelo acoplamento físico dos mesmos a agonistas de "Toll-like receptors" (TLRs). Os objetivos deste projeto são, portanto, comparar a indução e o padrão de resposta imune específica aos Ags tumorais NY-ESO-1 e/ou HER-2/neu, por DCs diferenciadas a partir de monócitos humanos tratados com GM-CSF e IL-4, e maturadas com agonistas de TLRs de localização intracelular (poli I:C, agonista de TLR3, intracelular) e/ou agonistas de TLRs localizados na superfície celular (lipopeptídeos tri-acetilados, agonistas de TLR1/2, de superfície). Estes agonistas serão acoplados fisicamente, ou não, ao Ag tumoral e as DCs assim geradas serão avaliadas quanto a seu fenótipo de membrana, ativação de vias de sinalização intracelulares estimuladoras (via das STAT) e inibidoras (via das SOCS), produção das citosinas IL-10, IL-12p70 e IL-23p19 e capacidade de estimular linfócitos T naive autólogos contra o Ag tumoral com o qual essas DCs terão sido pulsadas. Neste ponto, também será analisado o padrão de resposta dos linfócitos pelo perfil de citosinas produzidas nas co-culturas de DCs com linfócitos T, assim como pela avaliação do fenótipo desses linfócitos. Além de poder contribuir para a elaboração de protocolos imunoterapêuticos mais eficazes, este projeto deve aprofundar nosso conhecimento quanto aos mecanismos de diferenciação e ativação das DCs (humanas) no contexto das relações entre a resposta imune inata e adaptativa. (AU)
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