Resumo
O processo de diferenciação sexual hipotalâmica é dependente de picos de testosterona que, em ratos, ocorrem entre o 18º e 19º dias da gestação e entre 0 hora in útero e 2 horas após o nascimento. O desenvolvimento sexual do cérebro, no entanto, persiste pela primeira semana de vida pós-natal. Neste sentido, muitos trabalhos têm reafirmado a importância do hormônio testicular no período perinatal, para a estabilização fisiológica, comportamental e das diferenças neuroanatômicas entre os sexos. Alguns químicos ambientais e/ou drogas podem funcionar como desreguladores endócrinos, causando alterações nos níveis de hormônios gonadais e comprometendo o processo de diferenciação sexual hipotalâmica. Coerentemente, a exposição perinatal a estas substâncias está associada ao aumento da incidência de desordens reprodutivas masculinas. Alterações nos processos de defeminízação e masculinízação, durante a diferenciação sexual hipotalâmica, podem levar a prejuízos tardios em diversos aspectos da vida reprodutiva de machos, interferindo, em última instância, na fertilidade dos indivíduos. Sabe-se que a aromatização da testosterona a estradiol é essencial para a diferenciação sexual do cérebro, intrinsecamente organizado no tipo feminino, para o tipo masculino. Trabalhos em nosso laboratório, no entanto, apontam para existência de caminhos metabólicos adicionais para os androgênios neste processo, sugerindo a atuação do hormônio masculino per se. Dessa forma, este estudo pretende investigar o papel da testosterona, durante a fase de diferenciação sexual hipotalâmica, em ratos machos. Para este propósito pretendemos utilizar manipulação hormonal farmacológica, por meio da flutamida, droga caracterizada por competir com a testosterona pelos receptores de andrógeno, atuando como um anti-androgênico. (AU)
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