Resumo
O vírus da dengue (DENV) pertence ao gênero Flavivírus, família Flaviviridae, e representa o mais importante arbovirus causador de doença em humanos. Com base em testes sorológicos, 4 sorotipos antigenicamente distintos são conhecidos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A dengue pode apresentar-se em três formas clínicas principais, doença febril indiferenciada, febre da dengue (FD) e dengue hemorrágica com ou sem choque (DHF/DSS). O controle desta infecção é feito apenas pelo controle do vetor, pois não existe, até o momento, nenhuma vacina que proteja desta infecção e nenhum fármaco antiviral para tratamento. Portanto, estudos de novos fármacos para o uso no combate à dengue são de suma importância. Este projeto tem como objetivo avaliar a potencial atividade antidengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) de venenos brutos, fracionados e substâncias isoladas de serpentes (Bothrops jararacussu, B. pirajai, B. alternatus, B. moojeni B. atrox e Crotalus d. terrificus), de escorpião (Tityus serrulatus) e sapo (Bufo paracnemis). A ação antiviral das toxinas será avaliada realizando testes in vitro e in vivo. Células VERO E6 serão utilizadas nos testes in vitro e a atividade antiviral das toxinas será avaliada antes, durante e após a infecção das células. Aquelas toxinas que apresentarem atividade antiviral in vitro serão avaliadas também in vivo utilizando camundongos recém nascidos (albino Swiss). O efeito das toxinas sobre o vírus da dengue será avaliado pela inibição da replicação viral, a qual será medida pela técnica de placas de lise e/ou RT-PCR em tempo real. A atividade antiviral será medida relacionando-se os valores da concentração citotóxica a 50% do tapete celular (CC50) com a concentração que protege 50% do tapete celular da infecção viral (CE50), estes valores permitiram calcular o índice de seletividade (IS=CC50/CE50), a qual expressa quão promissora é a atividade antiviral de cada toxina. (AU)
|