Resumo
Dentre as Rhodophyta, o gênero Laurencia J.V. Lamouroux (Rhodomelaceae, Ceramiales) consiste no maior produtor de metabólitos secundários e destaca-se como uma fonte fascinante de novos produtos naturais, biologicamente ativos. A descoberta e estudo dos caracteres químicos também têm sido usados para diferenciar táxons morfologicamente relacionados. Acredita-se que dentre as várias substâncias produzidas, pelo menos uma seja espécie-específica, tornando-se assim, importante ferramenta para subsidiar sérios problemas de delimitação de espécies neste gênero. Sustâncias bioativas são aqueles compostos que causam algum efeito sobre os organismos vivos. Uma única espécie pode conter diversas classes de compostos químicos com grande diversidade de ações biológicas e químicas, propiciando seu desenvolvimento e sobrevivência num meio de natureza muito competitiva por substrato e nutriente. É o desenvolvimento destes mecanismos bioquímicos e fisiológicos que tem permitido às algas produzirem compostos bioativos que, para o homem, acabam adquirindo propósitos tão variados como na farmacologia, com a identificação de compostos com atividades antibacteriana, antifúngica, antiviral e anticâncer, na área ambiental como formadoras de fluxo biológico através de corredores ecológicos marinhos e para o monitoramento e previsão de impactos ambientais, na área sócio-econômica implementando a produção de algas para gerar renda adicional em atividades maricultoras, na agricultura, utilizando extratos de macroalgas para proteção de plantas contra patógenos, bioestimulantes e bioprotetores e/ou fertilizantes e condicionadores de solo. O objetivo do presente trabalho é avaliar o potencial das substâncias naturais obtidas de quatro espécies de Laurencia: L. aldingensis Saito & Womersley, L. catarinensis Cordeiro-Marino & M.T. Fujii, L. filiformis (C. Agardh) Montagne e Laurencia intricata J.V. Lamouroux, coletadas nos litorais dos estados de São Paulo e Espírito Santo, quanto às atividades antibacterianas, antifúngicas, antioxidantes e anticolinesterásicas. Serão utilizados extratos fracionados obtidos sucessivamente através dos solventes hexano, clorofórmio, metanol e água. O ensaio para avaliação da atividade antimicrobiana usando patógenos humanos será feito por microdiluição em placa e seguirá as normatizações dos documentos de referência aprovados pela NCCLS, já com os fitopatógenos os ensaios serão o teste de inibição da germinação de conídios e teste de inibição do crescimento micelial usando linhagens do fungo Colletotrychum gloeosporioides causadoras da antracnose do maracujá e do mamão. Os ensaios antioxidantes a serem testados são o DPPH e Deoxirribose e para o teste anticolinesterásico será feito o ensaio qualitativo por autografia e o ensaio quantitativo em microplaca baseado no método de Ellman.
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