Resumo
Os elementos químicos, tipicamente definidos pelas propriedades físico-químicas no estado sólido, podem ser divididos em essenciais e tóxicos. Os elementos essenciais são aqueles necessários ao organismo para manter suas funções fisiológicas normais como Zn, Fe, Co, Mg, Se. Os elementos tóxicos são aqueles que não possuem função no organismo como Cd, Pb, Hg e As. Como exemplo, o As é um composto amplamente distribuído no ambiente sendo considerado pela ATSDR (EUA) o composto mais tóxico ao homem. Ele está ligado a causa de diversas doenças vasculares periféricas, cardíacas, anemia e câncer. As formas inorgânicas, As(III) e As(V), são as mais tóxicas sendo metiladas no organismo a ácido monometilarsônico (MMA) e o ácido dimetilarsínico (DMA), principalmente. Essa metilação não é constante, variando de acordo com idade, gênero, etnia, dose de exposição, gravidez, estado nutricional e polimorfismo genético, provocando divergências quanto à toxicidade das espécies. No homem, os compostos de As são empregados como medicamentos para tratamento de leucemia, em animais como medicamentos para crescimento e antiparasitários e em praguicidas, sendo assim, devido também a sua alta solubilidade em água, a exposição via oral é mais comum. Países como Japão, EUA, Austrália e a Comunidade Européia estão dirigindo esforços políticos (leis) e tecnológicos para avaliação da concentração de espécies de compostos nos alimentos (importados) e meio ambiente. Assim, devido às crescentes exigências do mercado externo e interno quanto à segurança dos alimentos, há a necessidade do desenvolvimento de métodos rápidos e simples para aplicação em rotina visando a análise de especiação de As por HPLC-ICP-MS. No exterior, muitos grupos de pesquisa utilizam a HPLC-ICP-MS para especiação de As por ser uma ferramenta versátil de alta sensibilidade e seletividade. Vários métodos de extração e quantificação das espécies de As em matrizes como fígado, rins, sangue, soro, urina, cabelo, maçã, arroz e organismos marinhos vêm sendo desenvolvidos. No entanto, no Brasil, um grande exportador de alimentos, ainda há uma deficiência na análise de especiação de As. Portanto, este projeto tem como objetivos: i) desenvolver e validar um método de separação e quantificação de As(III), As(V), DMA, MMA e Arsenobetaína por HPLC-ICP-MS; ii) desenvolver um método simples de extração das espécies de As visando aplicação em rotina; iii) aplicar o método em amostras de arroz e peixes comercializados no Brasil para fins de segurança alimentar; iv) estudar a absorção e o metabolismo de As pelo arroz (Oryza sativa L.).
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