Resumo
O Banco dos Abrolhos, situado no alargamento da plataforma continental na região nordeste do Brasil, representa o maior complexo recifal do Atlântico Sul. Essa região se divide em um arco costeiro e um arco externo, este último formado por chapeirões isolados que são estruturas coralíneas em formato de cogumelo. Além dos chapeirões, outras particularidades desses recifes são o elevado endemismo apresentado pelos organismos e sua resistência às condições extremas, como os elevados índices de turbidez. Os fundos inconsolidados de areia e lodo adjacentes aos recifes raramente são estudados, mas conforme mostra literatura recente, podem apresentar uma fauna bêntica rica em crustáceos Peracarida, como os Tanaidacea. O presente trabalho tem como objetivos descrever a estrutura (composição específica e distribuição) das comunidades de Tanaidacea de fundos inconsolidados de duas áreas do Banco de Abrolhos, em relação ao tipo de fundo, distância do recife e outros aspectos ambientais. Para tanto, foram realizadas coletas no período diurno, entre os dias 19 e 29 de julho de 2007, em 33 pontos de coleta situadas em dois recifes distintos: Sebastião Gomes, localizado no arco costeiro (maior índice de turbidez do Banco dos Abrolhos) formado por banco recifal, e Parcel dos Abrolhos, localizado no arco externo formado por chapeirões isolados. Nos pontos de coleta foram utilizados pegadores van Veen (0,03m² e 0,07m²), lançados em triplicata. As amostras foram peneiradas em malha de 0,5mm e o sedimento retido foi triado em laboratório, sendo a macrofauna separadas em grandes grupos para posterior identificação das espécies da Ordem Tanaidacea. O presente trabalho está inserido no subprojeto Bentos, Projeto Pró-Abrolhos, que visa o conhecimento da composição e diversidade da comunidade da macrofauna bêntica da região de estudo.
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