Resumo
A leucemia promielocítica aguda (LPA) é um subtipo de leucemia mielóide aguda (LMA) e caracteriza-se pela infiltração de células leucêmicas na medula óssea (MO) e sangue periférico (SP), as quais apresentam um bloqueio da diferenciação celular no estágio de promielócitos. A LPA, na grande maioria dos casos, está associada com a translocação t(15;17)(q22;q21), envolvendo o gene receptor ± do ácido retinóico (RARA) no cromossomo 17 que é translocado e fundido com o gene da leucemia promielocítica (PML) no cromossomo 15. A expressão do gene de fusão PML-RARA (PR) é essencial para origem da LPA. Esse tipo de leucemia é mais freqüente nos países de população latina, podendo representar até 30% das LMAs. A população de células mais primitivas e que são classificadas como células tronco leucêmicas (LSCs), representam a subpopulação caracterizada por quiescência e resistência a estímulos genotóxicos, e com alta capacidade de repopular a MO em modelos de xenotransplante. As LSCs ainda não foram identificadas na LPA humana. Considerando que as células tronco leucêmicas desempenham papel importante na patogênese das leucemias mielóides agudas não associadas a t(15;17), além de serem responsáveis pelas recaídas da doença, é importante determinarmos se existem LSC também na LPA, quais suas características fenotípicas e funcionais. O objetivo principal desse projeto é, portanto, a identificação e caracterização das células tronco leucêmicas, na leucemia promielocítica aguda, LPA, humana, a partir de diferentes subpopulações de células da MO e avaliacao funcional das LSCs humanas na LPA, utilizando o modelo de xenotransplante em camundongos NOD/SCID. Através de citometria de fluxo com sorting as seguintes populações serão analisadas: side population e CD34+ CD38+ 123+. A caracterização do transcriptoma das LSCs será realizada por microarray e por PCR em Tempo Real. Quanto ao estudo funcional, as células serão transplantadas em animais irradiados subletalmente e, após períodos determinados, as células da medula óssea dos camundongos serão aspiradas e analisadas em citometria de fluxo para CD45 humano e murino, além de PCR para o gene fusionado PML-RARA.
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