Resumo
Paracoccidioides brasiliensis, fungo dimórfico termo-dependente, é o agente etiológico da micose sistêmica prevalente na América Latina, a paracoccidioidomicose (PCM). A infecção pelo fungo ocorre por inalação de conídeos presentes no meio ambiente. Para o desenvolvimento da doença é imprescindível que os conídeos alojados nos alvéolos pulmonares passem para fase leveduriforme, sendo esse evento dependente do aumento de temperatura. O desenvolvimento da doença depende de fatores associados com a resposta imune do hospedeiro e as características do agente infeccioso, principalmente a virulência. Alguns componentes foram apontados como potenciais fatores implicados na virulência do P. brasiliensis e na interação parasita/hospedeiro. Entre eles se destacam, a a-1,3-glucana, uma serino proteinase tiol-dependente extracelular, a GADPH, o antígeno gp43 secretado que também tem propriedades de se ligar em componentes da matriz extracelular, a melanina de parede celular e a Hsp60. Além disso, nos 2 bancos de sequências expressas do fungo foram encontrados vários genes diferencialmente expressos na fase leveduriforme relacionados à virulência de outros fungos patogênicos. Apesar destas descrições, pouco se conhece sobre os fatores de virulência em P. brasiliensis. Dessa forma, este projeto propõe analisar e identificar diferenças no conteúdo protéico, através de análise proteômica, de P. brasiliensis em um isolado com distinto grau de virulência (Pb18 virulento e atenuado). Busca-se com esta estratégia caracterizar possíveis fatores envolvidos na virulência desse fungo, de forma a contribuir no entendimento da biologia deste micro-organismo bem como sua interação com o hospedeiro, possibilitando, dessa forma, a identificação de novos alvos terapêuticos ou mesmo biomarcadores de virulência nesta importante micose sistêmica.
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