Resumo
O DNA mitocondrial está constantemente exposto a agentes que causam modificações químicas, e que se não reparadas podem levar ao acúmulo de mutações. As proteínas de reparo de DNA agem para prevenir essa ação mutagênica, pois elas removem as bases modificadas e substituem por nucleotídeos não modificados, restaurando a seqüência original. Em mitocôndrias de mamíferos, a via de reparo de excisão de bases (REB) é altamente eficiente e todas as enzimas que catalisam os quatro passos enzimáticos desse processo já foram identificadas. São elas: DNA glicosilases (OGG1, NTH1, MPG, TDG, NEIL1 e 2), cada uma específica para um tipo de modificação; AP-endonuclease 1; DNA polimerase gamma e DNA ligase III. O mecanismo molecular de REB em mitocôndrias é bastante similar ao REB no núcleo, e de fato, várias das enzimas participantes são isoformas das enzimas nucleares. No núcleo a atividade das enzimas de REB é modulada por fatores não enzimáticos, que atuam via interações protéicas, como XRCC1, WRN, CSB, YB-1 (revisado em 1). O objetive desse estudo é estabelecer se os mesmos fatores também modulam a atividade de REB mitocôndrias humanas. Para isso, o bolsista de treinamento técnico estabelecera linhagens celulares constitutivamente expressando RNA inibidores para os genes listados acima e medirá a formação de mutações no DNA mitocondrial após o tratamento das células com um agente que causa estresse oxidativo mitocondrial, a Antimicina A. Como a via de REB previne a formação de mutações através da remoção de lesões oxidativas, se nós observarmos um aumento na taxa de mutação após a inibição da expressão dos genes de interesse, estabeleceremos que esses fatores contribuem para o reparo de lesões oxidativas no mtDNA e atuam com anti-mutagênicos nessa via.
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