Resumo
As próteses oculares são responsáveis pela recuperação da estética e auto-estima do usuário. Assim, os materiais utilizados na confecção de prótese ocular devem possuir propriedades específicas para sua indicação e durabilidade principalmente aos procedimentos de desinfecção pelo paciente. Desse modo, este estudo teve como objetivo verificar a efetividade de diferentes soluções desinfetantes na remoção de biofilme de duas espécies de Staphylococcus spp., desenvolvidas na superfície da resina acrílica específica para prótese ocular e avaliar a alteração de cor de botões de íris artificiais confeccionadas por diferentes técnicas antes e após a polimerização e quando influenciadas pela desinfecção. Para o teste de microbiologia, amostras em resina acrílica específica para prótese ocular N1 foram confeccionadas (1,0 cm em diâmetro e 0,3 cm em espessura) e biofilme bacteriano foi formado na superfície destes durante três diferentes tempos: inicial (24h), intermediário (48h) e maduro (72h). Em seguida as amostras foram distribuídas aleatoriamente para um dos tratamentos desinfetantes: água destilada durante 10, 15, 30 min e 6 h (controle-CTL); sabão neutro (NES) durante 30 min; Opti-FreeÒ durante 30 min e 6 h; EfferdentÒ (EFF) durante 15 min; e gluconato de clorexidina (0,5; 2 e 4%) (CHX) durante 10 min. Após o tratamento desinfetante, as amostras acrílicas foram imediatamente agitadas para desprendimento do biofilme. A contagem de colônias foi verificada por análise do número de UFC/mL. Para a análise de alteração de cor foram confeccionadas 300 amostras simulando próteses oculares, sendo metade dessas amostras com íris artificial na cor azul e a outra metade na cor marrom. Para cada cor, cinquenta amostras de cada técnica empregada (técnica convencional (PE), técnica com calota pré-fabricada (CA) e pintura invertida (PI)) foram confeccionadas. Para cada técnica empregada, 10 amostras foram submetidas a três tipos de soluções desinfetantes (sabão neutro (NES), Opti-Free (OPF) e clorexidina a 4% (CHX)); ou permaneceram sem desinfecção (C1, imersas em soro fisiológico e C2 restritas a ambiente seco). A desinfecção foi realizada por 240 dias, sendo as amostras desinfetadas, armazenadas em soro fisiológico durante esse período. A leitura de cor das amostras foi realizada por um espectrofotômetro, usando o sistema CIE L*a*b* antes da polimerização da resina incolor (B1), logo após a sua confecção (B2), e após 60 (T1), 120 (T2) e 240 (T3) dias de desinfecção e armazenagem. As diferenças de cor (E) foram calculadas para os períodos entre B2 e B1 (B2B1), T1 e B2 (T1B2), T2 e B2 (T2B2) e T3 e B2 (T3B2). Os resultados foram analisados por análise de variância (ANOVA) e teste de Tukey-Kramer (±=0,05). Os resultados de contagem das células estimadas nas amostras apresentaram menores valores com diferença significante (P<0,001) para os tratamentos de CHX durante 10 min e EFF durante 15 min quando comparados com os respectivos grupo control para ambas as cepas, em todos os períodos de desenvolvimento do biofilme. O tratamento de CHX a 4% durante 10 min apresentou amplo espectro antimicrobiano contra Staphylococcus spp em todos os períodos de desenvolvimento do biofilme. (P<0,0001). Em relação a avaliação de alteração de cor, observou-se que o botão de íris artificial de todas as amostras apresentaram alteração de cor tanto após a polimerização da resina acrílica incolor quanto após os períodos de desinfecção e armazenagem. Em relação a alteração de cor verificada após a polimerização da resina incolor, as amostras com botão de íris artificial confeccionado pela técnica CA apresentaram os maiores valores de alteração de cor, estatisticamente significante (P<0,05), em ambas as cores. Para o botão de íris de cor marrom, as amostras confeccionadas pela técnica PI apresentaram os menores valores de alteração de cor, estatisticamente significante (P<0,05). Em relação a alteração de cor verificada ao longo do período de desinfecção e armazenagem, as a
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